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sexta-feira, 15 de agosto de 2014

✓ Resenha: A Ilha Caribou - David Vann




Sinopse: Em uma remota ilha no Alasca, um casamento está em crise. Cada um carrega seu próprio infeliz passado: Gary, trinta anos de planos malsucedidos, e Irene, o suicídio da mãe durante sua adolescência. Gary está determinado a construir uma cabana a partir do zero, e Irene concorda com o plano do marido, embora o clima hostil da ilha, somado a seus medos, abale ainda mais o relacionamento. Acompanhando o casal está Rhoda, a filha adulta, que se envolve com um dentista local enquanto assiste a crise no casamento dos pais. Em A ilha caribou, David Vann cria um cenário desolador dos dramas de um casal e nos revela o lado mais sombrio da alma humana. • “A ilha caribou atinge lugares que nenhum outro livro consegue... Este Alasca torna-se o palco para antigas histórias de sobrevivência e força de vontade, de relacionamentos e amor. E, por fim, dos fracassos do amor.” — The New York Times. • Autor publicado em mais de vinte idiomas, cujos livros lhe renderam 15 prêmios, incluindo o de melhor romance estrangeiro na França e na Espanha.

Título: A Ilha Caribou
Autor: David Vann 
Editora: Record
Pág. 320
Melhor preço: R$27,19
Classificação: 6,4 (Regular [bom levando em conta o trabalho editorial]) 






A Ilha Caribou irá nos apresentar quatro casais principais, que possuem parentesco entre eles. Gary e Irene, Rhoda e Jim, Carl e Monique e Mark e Karen.

Gary e Irene estão com seus cinquenta e poucos anos. São os pais de Rhoda e Mark.
A família é toda desestruturada e marcada por frustrações. Gary se mudou para o Alaska logo no início do casamento e obrigou Irene a aceitar aquele lugar com a falsa promessa de que seria temporário. Gary nunca conseguiu o que quis na vida, foi se frustrando cada vez mais ao tentar e nunca conseguir nada no ramo profissional. Irene manteve o foco, dando aula na escola local. Eles viveram seu casamento de trinta anos dessa forma.
Rhoda nasceu no Alasca e nunca conheceu nada além daquele mundo frio e limitado. Aos trinta e poucos anos está na expectativa do pedido de casamento do namorado Jim, que é o dentista local. Eles não são casados mas vivem juntos suas vidas mornas.
Mark se mostrou mais rebelde, saindo cedo de casa e cuidando da própria vida. Também continuou vivendo no Alaska, se casou com Karen e vivem bem, apesar de não manter contato com os pais por motivos de afinidade da esposa. E finalmente Carl e Monique são o casal amigo de Mark que estão de passagem.
Devidamente apresentados, vou passar o contexto no qual os personagens se encaixam.
Gary está querendo melhorar o seu relacionamento com Irene que esfrio ainda mais após a aposentadoria da esposa e resolve que o melhor seria construir uma pequena cabana na ilha Caribou, que fica afastada da cidade, o qual você precisa atravessar o rio para chegar até lá. No inverno eles teriam de ficar confinados pois não haveria como atravessar por conta do gelo e é ai que ele acredita que irão se reaproximar. Preciso dizer que Irene odiou a ideia de viver sem conforto nenhum? Quem não odiaria passar frio no Alaska?
Em plano de fundo vamos presenciar o envolvimento de Jim com Monique. A traição pelas costas de Rhoda.
Monique é repugnante, uma vadia barata que vai chantagear Jim até não poder mais. E o pior de tudo? Ele gosta disso. Parece masoquismo, mas não aquele bom do 50 Tons rsrsrs

Eu, sinceramente, detestei esse livro. Ele me parecia ter uma proposta boa de relacionamento e eu adoro esse tipo de assunto. Me lembrei de Adultério de Paulo Coelho e pensei que penderia para esse ângulo da coisa. Porém o autor quis descrever detalhadamente a vida corriqueira dos personagens, sem emoção alguma. Acompanharemos todo o processo de construção da cabana, e as constantes brigas entre o casal.
Irene perdeu a mãe que cometeu suicídio quando era ainda garotinha, e talvez seja esse o motivo dela ser tão detestável. É insuportável aguenta-la até o final do livro. Ela é do tipo em que nada está bom. Se fez é porque fez, se não fez é porque não fez. Ela não reconhece nada do que o marido faz por ela. Não que ele faça lá muita coisa, porém ele é travado e tem dificuldade de demonstrar emoções. E ela depois de trinta anos ainda não aprendeu a lidar com isso. Quer ser o centro das atenções o tempo todo. E o que é pior que isso, ela só fica pensando no que deveria fazer, mas nunca toma uma atitude sequer, prefere abaixar a cabeça e ficar se martirizando.
Rhoda é o exemplo de mulher alienada. Está sendo traída debaixo do seu nariz e não nota nada. É extremamente filhinha de mamãe e já tem seus trinta e poucos anos, namora um homem de quarenta e tantos e pretende ficar nessa até Deus sabe quando.
Mark é totalmente indiferente, talvez ele seja o mais certo nessa família de loucos e acho que por isso quase nem aparece no livro.

"A madeira era uma satisfação porque já tivera vida um dia. Era uma forma de vingar-se da terra, de administrar seu pequeno castigo" - Pág 207

A narrativa se arrasta, mas não posso negar a habilidade do autor em descrever os momentos, porém isso se alonga pelas trezentas e vinte páginas onde nada, absolutamente nada acontece.

Eu não abandonei essa leitura porque eu realmente esperava que tivesse um bom final, pelo menos uma lição de moral. Mas o que encontrei me decepcionou ainda mais. Nenhum diálogo, nenhum argumento. O final é frio e cruel. Muitas coisas ficam sem desfecho, e você entende que simplesmente a vida seguiu.

O que está na orelha do livro é a com certeza a frase que melhor define esse livro: "Um retrato explosivo da desolação, da violência e do lado mais sombrio da alma humana" só tiraria o explosivo. A paixão não é mostrada em nenhum aspecto, amor não passa nem perto desse livro.
A capa não poderia ser melhor, é sombria assim como o conteúdo frio e sem emoção. Volto a ficar angustiada só de lembrar. Sinceramente, eu não indico esse livro. Leva qualquer um a crer que se casar seja a pior coisa que se pode fazer na vida.


----> Beowulf O NaveganteCatulo



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5 comentários:

  1. Nossa, Déa! Não creio!!!
    Fiquei com paúra só de ler a resenha. Quem dirá o livro. rsrs

    Beijos,

    Si.

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  2. Oi Andréa!

    Pois é... a capa é linda mas a história.... rsrsrsrsrsr Vou passar longe!
    Adorei sua resenha, bem detalhada e sincera!

    bjo bjo^^

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  3. Oie....
    Também gostei da capa... e fiquei triste pelo enredo do livro ser assim tão ruim...
    Também gostei da resenha e da sinceridade!!!
    Um livro que não demonstra emoção é meio complicado e realmente parece que o casamento é a pior coisa que alguém pode fazer na vida!!

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  4. Bah Andrea...Que pena que o livro foi tão decepcionante assim, as vezes a historia esta tão arrastada que pensamos em abandonar, mas ainda assim persistimos para saber sobre o fim dela. Ainda não conhecia este livro,mas assim que tiver um tempinho irei procurar outras sobre o livro.

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  5. Misericórdia q livro chato, graças a ele o Alasca é um lugar q nunca quero conhecer afff

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