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quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Resenha: Mate o Próximo - Federico Axat

Sinopse: Ted McKay tem tudo: uma mulher linda, duas filhas, um alto salário. Após ser diagnosticado com um tumor cerebral, ele toma a drástica decisão de tirar a própria vida. Quando está prestes a apertar o gatilho, Ted é interrompido pelo toque insistente da campainha. E, ao olhar para sua mesa no escritório, encontra o seguinte bilhete: “Abra a porta. É sua última saída”.
Intrigado, Ted deixa a arma de lado e abre a porta. E então mergulha em um pesadelo arrepiante, que vai fazê-lo duvidar da própria sanidade. À sua frente está um desconhecido chamado Justin Lynch, que não apenas sabe o que Ted estava prestes a cometer como lhe faz uma proposta difícil de recusar, um plano para evitar que sua família sofra as consequências devastadoras de um suicídio.
Ted aceita a proposta do estranho homem, sem imaginar que o bilhete em seu escritório e a oferta de Lynch são apenas o começo de um jogo macabro de manipulações. Alguém plantou um caminho de migalhas, que Ted vai recolher. Alguém que o conhece melhor que ninguém, que o fará duvidar de suas próprias motivações e também das pessoas que o cercam.
Às vezes, nós só podemos confiar em nós mesmos. E, em algumas ocasiões, nem mesmo isso.

Título: Mate o Próximo (Skoob)
Autor: Federico Axat
Gênero: Thriller Suspense
Editora: Verus
Páginas: 378
Onde comprar: Amazon / Submarino
Classificação: 9,1 (Ótimo)
Livro cedido em parceria com a editora.




Essa resenha pode conter alguns pequenos spoilers que julgamos necessários para atrair o público certo para o livro, assim como um maior interesse.

Ted estava com tudo pronto para suicidar-se, mas a presença de um jovem insistente em sua porta – que mais tarde se apresentará como Lynch – o faz largar a arma. O misterioso jovem, com uma ficha criminal em mãos, faz uma proposta para Ted: se ele matasse um assassino que não foi condenado pela justiça, alguém da sua organização iria matá-lo, poupando sua família – a esposa e as duas filhas – da dor de um suicídio.

Abalado com a proposta inusitada, Ted está disposto a cooperar com Lynch, porém, percebe que há algo errado com as vítimas e nem todas as informações se encaixam, fazendo Ted questionar suas verdadeiras intenções. 

Quando alucinações começam a se misturar com a realidade, Ted se convence de que possui um tumor no cérebro, o aproximando cada vez mais do hospital psiquiátrico no qual Laura, sua terapeuta, trabalha. O trajeto até a verdade, porém, será longo e doloroso, no qual passado e presente irão se unir e fugir completamente do previsto.

A obra, apesar de ter tudo para ser um thriller policial, se desvia totalmente do esperado pela sinopse, seguindo para o caminho psicológico, no qual surgem alucinações com animais, looping temporal e paranoia, em uma estrada nebulosa que se distancia cada vez mais da realidade.

“− Olhe a quadra de basquete – Mike continuou. – Tem dois lados bem diferenciados, separados pela linha central. O mesmo acontece com o mundo real e o mundo da loucura, Ted. Ou você está são ou não está, não existe meio-termo. [...]
− Está vendo o círculo central na quadra de basquete? É uma zona intermediária [...] Esse círculo é a porta que une os dois mundos, onde não se deveria estar, porque, como eu disse, não se pode jogar nas duas equipes ao mesmo tempo. No entanto, algumas pessoas, como você, como eu ou como o Espósito, ficam ali mais do que deveriam, na porta, e isso, claro, não é bom.” (p. 159)

A narrativa de Frederixo Axat é muito envolvente, não diminuindo o suspense ao longo da obra. Um aspecto negativo, ao meu ver, é justamente o desvio do caminho policial para o psicológico, o que, apesar de inesperado, causa certa frustração na leitura.

“Lembrou de uma coisa que sempre ouvia de seu pai, um ávido leitor de livros policiais: quando um detalhe parece não ter razão de ser, concentre-se nele, porque certamente tem importância substancial.” (p. 217)

Contudo, para quem gosta de tramas psicológicas, é um prato cheio. Senti empatia pelo Ted e por sua história complicada, mas não posso dizer o mesmo da Laura, que simplesmente não passou credibilidade ao longo da obra, aparentando ser dissimulada e alguém que não conseguimos decifrar as reais intenções. 

“[...] Essa escuridão é... como um parasita horrível que vai te acompanhar sempre. Você não pode permitir que te devore.” (p. 270)

A capa é misteriosa e representa exatamente a cena inicial da obra, porém, achei que poderia ser mais bonita. A diagramação está boa e a revisão impecável.

Infelizmente não posso aprofundar mais essa resenha, pois várias questões que poderíamos debater aqui são grandes spoilers, e com eles você provavelmente perderia o entusiasmo pela leitura.



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1 comentários:

  1. Amanda!
    Confesso que realmente achei que seria um livro policial, embora goste muito dos thrillers voltados para o lado psicológico, me atrai muito ver as motivações das personagens e porque tudo chegou onde chegou e claro todo mistério envolvido.
    Fiquei curiosa!
    “ Lança o saber e não terás tristeza.” (Lao-Tsé)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA novembro 3 livros, 3 ganhadores, participem!

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