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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

✓ Resenha: Querida Filha - Elizabeth Little





Sinopse: A relação mãe e filha – e os segredos que podem se esconder em seus meandros – é o combustível do bem-sucedido romance de estreia de Elizabeth Little, lançamento da coleção Luz Negra, que reúne o melhor do suspense feminino contemporâneo. O livro acompanha a ex-it girl Janie Jenkins, que, ao sair da prisão 10 anos após ter sido condenada pela morte da mãe, só deseja fugir dos holofotes e encontrar o verdadeiro assassino. Só há um problema: Janie não tem certeza absoluta de que não cometeu o crime. E, seguindo a única pista que possui, inicia um périplo que a levará a uma pacata cidade em Dakota do Sul e a um revelador encontro com o passado.


Título: Querida Filha (Skoob)
Autor: Elizabeth Little
Série: Coleção Luz Negra
Gênero: Suspense
Editora: Rocco
Páginas: 368
Onde comprar: Amazon / Saraiva
Classificação: 
Livro cedido em parceria com a editora. 





Janie Jenkis é condenada pelo assassinato de sua mãe, Marion Elsinger, quando ainda é uma adolescente, após encontrarem impressões digitais e seu DNA na cena do crime. Contudo, ela não se lembra de nada daquela noite. Após dez anos, é liberada da prisão ao ser constatado que houve manipulação de provas de DNA e imperícia por parte do Laboratório de Los Angeles.

Ao sair da cadeia, Janie dispensa seu advogado Noah com o intuito de sumir do mapa e despistar a mídia, que cai matando sobre ela, afinal, tanto Janie quanto sua mãe já eram conhecidas, devido à fortuna de Marion e as polêmicas de Janie. Ela embarca em uma viagem para a pequena cidade de Ardelle, próximo à região de Black Hills, em Dakota do Sul, a fim de encontrar pistas sobre o misterioso homem que ouviu conversando com sua mãe na terrível noite do assassinato (é claro que, quando relatou o fato à polícia, consideraram uma invenção).

A cidade de Ardelle é gêmea com a de Adeline (ou seja, cidades muito próximas que se fundem), cidades históricas devido à febre do ouro. Janie se hospeda com a desculpa de participar do festival chamado “A Época da Corrida do Ouro”, que sempre ocorre em comemoração ao seu passado histórico. Com o nome de Rebecca Parker e fingindo ser uma renomada e nerd historiadora, Janie começa a investigar e chega à família Kanty: Eli, sua esposa Cora, sua filha Rue, além do policial Leo e outros misteriosos moradores. Mas o que aquela cidadezinha e aquelas pessoas poderiam ter a ver com a sua mãe?

Querida filha é um livro de leitura rápida, com muito suspense e tensão. Lidamos com a protagonista Janie Jenkins, ex-presidiária e manipuladora. Janie está longe de ser uma personagem tradicional ou a mocinha que causa empatia nos leitores. Na adolescência, foi uma garota mimada e sem escrúpulos, fazendo coisas bem duvidosas para alcançar a fama e mantendo uma péssima relação com a sua mãe. Certa vez, disse até mesmo que queria que ela estivesse morta.

“De um jeito ou de outro, o silêncio me incomodava. Eu imagino que, para algumas pessoas, o silêncio possa ser repousante ou mesmo um alívio: um grito que foi calado, uma dor que passou, um rebento que adormeceu nos braços. Mas, para mim, é apenas o momento que anuncia que o monstro está prestes a ressuscitar.” (p. 236)

Aos 26 anos, após sair da prisão, ela ainda usa técnicas pouco honestas para conseguir o que quer, mantendo atitudes diferentes apenas ao que diz respeito ao convívio em sociedade, afinal, após dez anos de reclusão, para lidar com pessoas novamente é necessário fazer um esforço enorme. Sua mãe, a socialite Marion, também não é um dos melhores exemplos, pois foram suas má atitudes no passado que a levaram à fama e a fortuna que fez. As duas são igualmente belas e de temperamento difícil.

Janie não é uma personagem que você gosta, porque ela simplesmente não muda algumas atitudes no decorrer do livro. Alguns pontos até são notórios, como ao menos querer desvendar o assassinato da mãe, mas senti que o propósito de tudo, no final, sempre foram seus próprios interesses. Ela nunca gostou da mãe e não acho que o tempo de reclusão fez algo por ela, afinal, Janie deixa transparecer que não lembra do que ocorreu na noite do crime, mas se realmente tiver assassinado Marion, tudo bem. Aliás, a dúvida sobre o que de fato ocorreu naquela noite é realmente perturbadora, e é um dos pontos mais importantes da trama, pois nós também não sabemos o que pensar sobre Janie.

“Você nunca pensa sobre o nada? Eu penso. Eu penso sobre o nada o tempo todo.
Porque é claro que o nada é tudo que nos espera. [...] Se houvesse uma vida melhor depois da morte, por que nos preocuparíamos em nos adaptar para sobreviver? Por que sequer haveria evolução? Por que disputar alguma coisa que não é a melhor?” (p. 181)

Há vários personagens na trama, principalmente os moradores de Ardelle. Contudo, nenhum recebe muitos detalhes do seu passado ou maior aprofundamento em suas personalidade, sendo a Janie o foco principal. A história é muito bem ambientada, desde Los Angeles, onde morava antes da prisão, quanto na Dakota do Sul. O contexto histórico é muito rico e somos massacrados com informações sobre o local.

A narrativa de Elizabeth Little é envolvente, rápida e nos instiga a querer descobrir os mistérios que se desenrolam a cada página. Confesso que em alguns momentos o excesso de detalhes me fizeram perder o ritmo, contudo, ainda assim li a obra em apenas três dias. Junto com a narrativa da protagonista, há também trechos de reportagens, conversas por sms e matérias da internet, tornando a leitura dinâmica. A capa é bonita, misteriosa e adequada na medida certa. Tanto a revisão quanto a diagramação não deixaram nada a desejar.

O ponto forte da obra é a protagonista nada tradicional e anti-heroína, alguém que realmente não sentimos muita afinidade, que faz qualquer coisa para conseguir o que quer e é extremamente determinada. O lado bom é que ela vai até onde precisa para descobrir o que ocorreu com a sua mãe, em parte para conseguir provar sua inocência (embora nem ela mesma saiba se é, de fato, inocente), e em parte totalmente tomada pela curiosidade. Não chegamos a torcer contra Janie, pois queremos mais que tudo também descobrir o que aconteceu na conturbada noite, mas eu pelo menos torci para que ela se esforçasse para ser uma pessoa melhor e deixar para trás a garota mimada e manipuladora do passado, afinal, ela já é uma mulher quando deixa a prisão e precisa aprender com seus erros e ver sua mãe com outros olhos (com olhos de filha). A forma indiferente como ela trata Marion realmente me incomodou, mas pelo menos, no final, ela ganha um pouco de credibilidade.

É um livro de suspense puro. Porém, temos características que trazem à obra certos diferenciais, como a protagonista anti-heroína, o fato de a mesma ter sido a principal suspeita do crime e ficar presa por dez anos e não saber se realmente cometeu ou não o assassinato, além de uma viagem de volta às próprias origens, até então desconhecidas, em busca de respostas.








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18 comentários:

  1. Oi Amanda, o fato da protagonista ser anti-heroína me incomoda :/ A descrição da personalidade mimada e indiferente dela me faz crer que não conseguir criar vinculo com ela e como ela é personagem central, fico na dúvida se iria curtir essa história, até porque suspense não é um gênero que leio muito. Ainda assim, senti uma certa curiosidade pra saber quem matou Marion e achei a resenha no geral positiva, não sei se leria, mas acho uma boa opção pra quem lê com frequência o gênero ;)

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  2. Não sei se me apegaria a protagonista. Ela tem todas as características que não me agradam em um personagem. O fato de ser anti-heroína piora. Apesar disso, eu gosto de suspense e livros sobre crimes. Gostei da ambientação do livro. Parece ser um livro que prende, apesar do excesso de informação.

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  3. O livro parece ser ótimo! Já adicionado a minha lista de desejados!

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  4. Oi Amanda.
    Queria filha parece ser um livro bem interessante.
    Gostei bastante da protagonista ser anti-heroína. Acho que sair um pouco do que estamos acostumados a ler normalmente é algo bom.
    A história lembrou um pouco Lugares escuros da Gillian Flynn.
    Fiquei bastante curiosa para ler esse livro. Quero saber também o que realmente aconteceu no assassinato da mãe de Janie.
    Achei a capa muito bonita também.
    Bjs

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  5. Admito que ultimamente estou procurando livros como este, em que a protagonista segue a risca todas as regras, e anti herói, cheia de defeitos, e ainda suspeita de matar a mãe, e presa, enfim, totalmente diferente das personagens que costumo encontrar neste mundo literário. Fiquei bastante instigada a este suspense, e me peguei curiosa para desvendar o crime, será quem matou a mãe da garota, será que foi ela? Pois como você mesma citou, ela não gostava de sua mãe. Já quero este livro.

    Participe do TOP COMENTARISTA de AGOSTO, para participar e concorrer Ao livro "Dois Mundos", o primeiro da série "Tesouros da Tribo de Dana" da escritora Simone O. Marques, publicado numa edição linda pela Butterfly Editora.
    http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/

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  6. Eu não costumo ler livros assim, mas esse livro parece ser interessante. Fiquei bem curiosa pra saber o que aconteceu com a Janie, para ela não se lembrar de nada daquela noite, e fiquei curiosa pra saber quem matou a mãe dela. Mas eu acho que não vou gostar muito da Janie, e desse jeito anti-herói dela. Eu achei o livro interessante, mas não sei se eu iria gostar...

    Beijos!

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  7. Oi Amanda.
    Eu adoro personagens fora dos padrões que são totalmente o oposto do que nós esperamos, o fato de que as atitudes dela não são nada arcaicas já me chamou bastante a atenção, estou curiosa para saber qual e o desfecho final o que realmente aconteceu, eu adoro que o livro tem esse suspense envolvendo o assassinato e o fato de que ela procura quem quer que seja aquele homem, enfim adorei.
    Bjs.

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  8. Eu sou apaixonada por suspense, é gênero mais me prende na leitura.
    Toda essa trama de anti-heroína e dela não se lembrar o que houve deixa a história muito mais curiosa!
    Já quero ler, adorei a dica.

    Beijinhos

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  9. Amanda!
    Gosto muito de livros de suspense que vem carregados de tensão e mesmo que a protagonista não seja daquelas com que nos identifiquemos, por ter tido um passado sombrio e árduo, o fato de ela não desistir de ir em busca da mãe, ja mostra que seu coração tem algo de bom.
    Gostaria de ler.
    Desejo uma semana de muita luz e paz!
    “Para cultivar a sabedoria, é preciso força interior. Sem crescimento interno, é difícil conquistar a autoconfiança e a coragem necessárias. Sem elas, nossa vida se complica. O impossível torna-se possível com a força de vontade.” (Dalai Lama)
    Cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA DE AGOSTO 3 livros, 3 ganhadores, participem.

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  10. Oi Amanda,
    Para mim um bom suspense se constrói unindo mistério a dramas pessoais dos personagens e quando este envolve uma relação familiar tão delicada quanto a de mãe e filha é ainda melhor. Ver uma protagonista que foge dos padrões "mocinha" me deixa mais curiosa para acompanhar esta narrativa. Com certeza o que me atrai para ler este livro é o suspense sobre o que aconteceu com a mãe de Janie e deve ser interessante ir descobrindo junto com a personagem as peças desse quebra-cabeça. Essa é uma indicação que irá direto para minha lista de suspense e espero gostar da leitura quando realizá-la.

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  11. Fui correndo adicionar este livro no Skoob. Ainda não conhecia o livro e pela capa já instiga a gente e depois de ler tua resenha fiquei ainda mais curiosa pela personagem e pelo desenrolar da trama. Adoro livros do gênero. E esta historia esta bem pesada, mas quero saber como ela será desenvolvida e claro o final.

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  12. Olá, sou apaixonada por livros com gênero suspense e gostei do fato de ter uma protagonista diferente na trama, de ser uma anti-heroína. Fiquei bastante curiosa pra saber o final desse suspense e vou adicionar na minha lista de desejados.
    Gostei de sua resenha.
    Beijos.

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  13. Oi, Amanda!!
    Gostei bastante da resenha do livro e essa é a primeira vez que leio algo sobre essa estória, como acho muito interessante livros desse gênero literário, de suspense e de mistério que são abordados na estória do livro é claro que fiquei bem interessada em fazer essa leitura!!
    Bjoss

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  14. Amei a capa realmente é bem misteriosa quanto a historia deve ser . eu acho que muitos detalhes dos livros desanima um pouco mas no final vale a pena. Eu leria.

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  15. Hello,
    Eu não tinha ouvido falar desse livro ainda, as pelo visto ele é bom, gosto de um bom suspense e achei ele bem diferente pois nossa protagonista é uma anti-heroina e eu achei isso bacana, espero ter a oportunidade de ler o livro.
    Beijos *-*

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  16. Oi Amanda,
    Fiquei intrigada com esse livro quando vi o lançamento, pois essa premissa chama muito a atenção. Mas agora depois de saber um pouco mais da história confesso que perdi um pouco a motivação para ler, acho que o que mais pesou é a protagonista Janie Jenkins, ela tem uma personalidade que dificulta a empatia, suas atitudes são difíceis de se simpatizar. Uma personagem muito manipuladora, que só pensa em si mesma, não me instiga muito a ler esse livro. O suspense envolvendo o assassinato da mãe da protagonista seria o ponto alto da trama, proporcionando uma leitura tensa, mas mesmo assim, não pretendo ler esse livro.
    Beijos

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  17. Olá!
    Fiquei bem intrigada com a historia do livro. A historia é bem envolvente, tem uma premissa muito boa. A trama tem um suspense e mistério, também fiquei pensando em quem seria o real assassino da mãe dela a quem ela que vingança. Gostei bastante dele, estou desejando ler..

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  18. The suspenseful plot of Querida Filha sounds captivating, especially Janie's unreliable perspective. Her journey to Dakota do Sul to uncover the truth is like navigating the treacherous slopes of Snow Rider 3D – full of unexpected twists and turns. I'm hooked by the gold rush backdrop and the web of secrets surrounding the Kanty family.

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