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domingo, 16 de julho de 2017

✓ Resenha: Resistência - Affinity Konar




Sinopse: Auschwitz, 1944. As gêmeas Pearl e Stasha têm 12 anos quando desembarcam no campo de concentração nazista na Polônia. à medida que conhecem o horror e têm suas identidades fraturadas pela dor e sofrimento, tentam confortar uma à outra e criam códigos e jogos para se proteger e recuperar parte da infância deixada para trás. Mas quando Pearl desaparece sem deixar pistas, Stasha se recusa a acreditar que a irmã esteja morta e embarca numa jornada desesperada em busca de justiça, paz e de si mesma. Livro notável pelo The New York Times; Livro do Ano pela Amazon e pela Publishers Weekly; indicação de leitura dos principais veículos de imprensa norte-americanos, Resistência narra, com uma voz poderosa e única, a trajetória de duas irmãs lutando pela sobrevivência em um dos períodos mais devastadores da história contemporânea e mostra que há beleza e esperança até diante do caos.

Título: Resistência (Skoob)
Autor: Affinity Konar
Gênero: Drama [Holocausto]
Editora: Rocco - Fabrica 231
Páginas: 320
Onde comprar: Amazon / Saraiva
Classificação: 9,5 (Excelente!)
Livro cedido em parceria com a editora. 




Resistência é um livro baseado na história real de irmãs gêmeas, Eva e Miriam Mozes, duas das poucas crianças que sobreviveram as terríveis e desumanas experiencias do Anjo da Morte, Dr. Joseph Mengele, durante a segunda guerra mundial, no campo de concentração e extermínio Auschwitz.

O livro usa como base boa parte da história real do holocausto, alguns nomes reais como o de Mengele, mas a trama em si, com o toque fantasioso na cabeça das protagonistas, não é a história como realmente aconteceu. Tendo isso em mente, vamos para a ficção.

"- Eu nunca quis crescer - eu disse.
Era verdade. Crescer representava um risco muito grande de me afastar de Pearl.
A enfermeira Elma deu aquele seu sorriso perfeito demais.
- Então vocês estão no lugar certo - disse ela."

No livro conhecemos Stash e Pearl, irmãs gêmeas de aproximadamente treze anos, aproximadamente pois elas mesmas não sabem ao certo quantos anos tem ao longo da trama, já que o tempo passa descompassado por elas, entre tanta dor e sofrimento. Ambas chegam a Auschwitz pela linha férrea com muitos outros judeus, acompanhadas de sua mãe se seu avô. Órfãs de pai até ondem sabem, apesar do boato de suicido elas creem que ele foi assassinado enquanto tentava ajudar uma outra criança, enquanto médico.

Esse início do livro já é direto e objetivo, com uma atmosfera muito pesada nos é apresentado sem rodeios um campo de concentração cruel, desumano. Com essa apresentação da trama o leitor já é conectado a separação das irmãs de sua familia, e logo apresentadas aos seus carrascos, entre os soldados, enfermeiras e doutores nazistas.

Toda a trama é descritiva quanto as mortes das crianças por doenças, frio, fome e experimentos cruéis. Crianças brincando, dormindo entre corpos, saqueando a roupas e as meias furadas dos colegas já sem vida. 

"Isso parecia impossível. Então compreendi que não podia dizer que tal benção era improvável, porque também nunca achei que a crueldade de Auschwitz fosse possível."

É um livro muito perturbador. Foi muito difícil conclui-lo. Eu particularmente gosto muito de história, e gosto especialmente de tramas desenvolvidas durante o holocausto, por prazer de aprender, mas acho que aqui não funcionou com agilidade pra mim, já que me tornei muito sensível após a maternidade, e o foco do livro justamente sobre crianças, foi carregado de dor.

Stash e Pearl apesar de gêmeas, são muito diferentes em suas personalidades, tão bem moldadas pela autora que fica até difícil imagina-las tão idênticas. Enquanto Pearl, a mais velha, é centrada, protetora e realista, Stash é fantasiosa e duela com si uma pequena inveja de Pearl, ao mesmo tempo que não sabe nem respirar sem a irmã ao seu lado. 
Temos as duas narradoras como primeira pessoas, ficando assim mais claro o que cada uma pensa sobre tudo que está acontecendo e como elas lidam com isso de modos diferentes. Enquanto Pearl é capaz de perdoar, Stash só espera vingança.

Quando Pearl desaparece, fica um enigma pro leitor: ela fugiu ou ela foi raptada? Até certo ponto não entendemos bem o que se passa, nem conseguimos separar a realidade da imaginação, principalmente na narrativa de Stash, que acredita ter tornado-se imortal para lidar com tudo isso, tem muito trauma psicológico envolvido na trama.

Boa parte da história acontece no começo de 1945, quando as tropas soviéticas estão libertando o complexo de Auschwitz, então não temos o livro todo acontecendo lá dentro, temos uma parte de fuga, vemos os subordinados dos soldados - enfermeiras e cuidares poloneses - ajudando as crianças a fugirem, vemos o que tudo isso causou psicologicamente em cada um dos personagens até seus desfechos.

Apesar da narrativa em primeira pessoa, estão contando seus passados, então somos agraciados por flashs do que aconteceu ao longos dos anos após a guerra. Esses trechos são maravilhosos, foi um dos pontos que mais gostei.

Por fim, é um livro pesado, nu e cru, com realidade contida na narrativa que emociona e faz refletir. Todos deveriam ler.

"Livros nunca me levaram na direção errada. Parecia tolice tentar sobreviver sem os conselhos deles ao meu lado."
Eva Mozes Kor, sobrevivente hoje com 83 anos.


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19 comentários:

  1. Olá, livros que retratam algum período histórico marcante tendem a nos emocionar mesmo, e aqui a história dessas crianças comove e nos deixa ansiosos para um final feliz. Beijos.

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  2. Oi Andrea, a história desse livro parece mesmo ser bem pesada e triste e ao mesmo tempo que essa não é uma leitura que corro pra comprar entendo a importância de ler sobre esse tema que como você concluiu bem emociona e faz refletir. Curti a resenha ;)

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  3. UAU! Parece ser uma história bem intensa, emocionante e surpreendente mesmo.
    Tudo voltado a Auschwitz me interessa e MUITO, por isso, fiquei super curiosa em relação a essa obra.
    E achei essa capa maravilhosa, chamou demais a minha atenção de leitora rs.
    Já vou colocar na minha listinha de leituras!
    Adorei sua opinião, me fez ter ainda mais vontade de conhecer, profundamente, essa história.
    Ainda mais por ser baseada em fatos reais!
    Beijos,
    Caroline Garcia

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  4. Estou LOUCA pra ler esse livro. Ele tem tudo o que eu gosto: guerra, realidade, a crueldade humana.
    A capa é linda. A história parece ser de muita tristeza mesmo, principalmente por que aborda os acontecimentos com crianças. Fiquei curiosa pra saber o que aconteceu com a Pearl.
    Pretendo ler esse livro logo *-*

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  5. Olá!
    Gostei muito da premissa desse livro. Parece ser muito chocante e surpreendente.
    Gosto muito de livros com esse tema e já faz tempo que não leio nada assim.
    Por ser baseada em fatos deixa tudo ainda mais interessante!
    Beijos

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  6. Eu não conhecia esse livro, mas gostei muito da resenha dele! Só de ter crianças e ser durante a guerra, já sei que vai ser muito emocionante. A história do livro parece ser muito boa, e acho que vou gostar por ter um pouco de fantasia no meio dessa história real. acho que vou gostar bastante das protagonistas, e fiquei curiosa pra saber o que aconteceu com a Pearl. Com certeza é um livro que entrou para os meus desejados :)

    Beijos!

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  7. Andréa!
    Gosto demais de livros baseados em fatos reais, principalmente da época do Holocausto, porque foi muita dor e sofrimento que eles passaram e não consigo nem imaginar.
    Agradeço diariamente por não ter vivido àquela época, porque foram muitas as atrocidades.
    Imagino o quanto elas devem ter sofrido...
    Uma semana esplendorosa!
    “O amor é a única loucura de um sábio e a única sabedoria de um tolo.” (William Shakespeare)
    Cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA DE JULHO 3 livros, 3 ganhadores, participem.
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

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  8. Oi, Andrea!!
    Não se conseguiria ler um livro tão marcante e triste que foi para todos os judeus, acho mais desolador ainda por trata-se de crianças, então infelizmente eu passo essa indicação!!
    Beijoss

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  9. Parece ser um livro bem pesado, nunca li nada do gênero e n sei se me interesso muito pelo tema, fico muito receosa, porém o livro parece ser muito bom, como você disse nu e cru, parece ser um livro angustiante, ainda mais com crianças no meio, não sei se eu teria coragem de embarcar numa leitura dessas. Quase morri assistindo O menino do pijama listrado, imagina esse livro ai gente, meu coração dói.

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  10. Eu confesso que não sou muito fã de livros de sobre a guerra, são livros que realmente me entristecem muito, ainda mais quando se trata do ponto de vista de uma criança. Eu sei que são importantes e não podemos apagar o que aconteceu. Mas prefiro evitar livros desse tipo =/
    Bjss ^^

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  11. Que livro impactante Andréa!
    Amo livros com o cenário da Segunda Guerra Mundial, são histórias pesadas e cruelmente realistas, e apesar de me abalarem muito com todo o sofrimento, é um estilo de leitura que sempre gostei de ler. Acho que a narrativa nua e crua dessas histórias tem o objetivo de mostrar até onde a maldade do ser humano pode chegar.
    Estava bem ansiosa esperando uma resenha desse livro, a sinopse por si só já me convenceu para conhecer a história das duas irmãs, e mesmo agora, depois de saber que é um livro chocante de tão realista, fiquei completamente fisgada por Resistência.
    Beijos

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  12. Oi.
    Eu gosto de livro com esse tema, apesar de serem leituras fortes e muito tristes, sempre proporcionam uma boa reflexão e uma maior valorização a vida que temos e a nossa liberdade. Mas realmente, é bem difícil concluir a leitura de um livro com esse enredo. Mas mesmo assim, gostaria de ler.
    Ótima resenha, muito bem escrita.
    Grande abraço!

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  13. A capa deste livro é muito bonita e sua resenha está muito boa!
    Livros que tem histórias sobre guerras ou que passaram em tempos de guerras não despertam meu interesse em leitura, então por este motivo não pretendo ler este livro, pois não faz meu estilo de leituras.

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  14. Oi! Também gosto muito de tramas desenvolvidas durante o holocausto e confesso que, apesar de ser um livro bem pesado e que vai direto ao ponto, fiquei super curiosa para ler. Ao ver a imagem da sobrevivente na resenha fiquei super emocionada, então nem imagino como vou ficar quando eu ler a história. Beijoss

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  15. Eu gosto muito de livros que se passam na segunda guerra e esse com certeza me tocou de uma forma... que eu quero ler pra ontem. Crianças de "13 anos" passando por tudo aquilo... e até menores, é de mexer com nosso coração e mente, não sei se suportaria e acho que nem eles acreditavam que suportariam. Mas alguns conseguiram! Vou atrás desse livro!
    Ps.: Amei a capa, na realidade, achei que era sobre feminismo. HEHE

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  16. Acredito que e muito mais fácil digerir uma estória sobre holocausto, quando se tratam de adultos, mas quando e correlacionado com crianças como nesta estória, eu pelo menos fico com bastante receio, e me emociono fácil. Imagino que toda essa guerra sejam descrita de maneira crua e nua, sem rodeios, só de pensar no que elas passaram fico triste. Já consegui adquiri a obra, e agora só estou esperando a oportunidade de lê-la.

    Participe do TOP COMENTARISTA de Julho, para participar e concorrer aos livros "O Casal que mora ao lado" e "Paris para um e outros contos".
    http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/

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  17. Oi!
    Holocausto é um tema que eu não consigo ler muito, pois acho ele muito pesado e difícil de não se envolver.
    Imagino o quanto deve ter sido difícil pra você sendo mãe ler uma história tão sofrida de uma criança, ainda mais sabendo que é uma história real.

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  18. Gostei da resenha, a história é muito forte, não é minha opção de leitura no momento, ultimamente só estou lendo romance/drama mas confesso que a história é intensa e real.

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  19. Olá!
    Quero muito ler esse livro, já li tantas resenhas e me deixa super curiosa pela trama, apesar da historia ser muito forte, tem momentos que você ver como erá naquela época. Gostei bastante da capa dele e muito simples e lindo ao mesmo tempo!

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