Sinopse: Em três gerações e um século completo, o livro traz a história de quatro mulheres admiráveis marcadas por amores secretos.
A neta da Maharani é um romance de memórias que retrata amor, esperança e choque cultural. Relato da saga de Maha Akthtar em busca de sua verdadeira origem, a obra é um resgate de experiências que o tempo tentou apagar. Em três gerações, o livro traz a história de quatro mulheres marcadas por amores secretos - Anita Delgado, uma bailaora espanhola que aos 17 anos se casou com o marajá de Kapurthala, na Índia; Laila, uma mulher libanesa independente e à frente de seu tempo; Zahra que cometeu o erro de se apaixonar por Ajit, filho de Anita Delgado e do marajá; e Maha que busca a verdadeira identidade em viagem que começa em Nova York, passa pela Europa e chega à Índia.
Título: A Neta da Maharani
Autor: Maha Akhtar
Gênero: Biografia / Romance
Editora: Primavera Editorial
Páginas: 363
Onde comprar: Compare
Classificação: 10 (Excelente!)
Livro cedido em parceria com a editora.
Por ser um livro autobiográfico, essa resenha é um breve resumo da obra, salientando os pontos fortes da escrita e da trama da autora.
Annita Delgado casa-se com o Marajá Jagatjit Singh, geram o filho Ajit. Em outro contexto, Laila apaixona-se por Aatish e gera Zahra. Zahra por sua vez, apaixona-se por Ajit (filho de Annita) e gera Maha, que escreve a obra.
Com certeza você nunca imaginou se apaixonar tanto por um livro biográfico!
Maha escreve com maestria, aliás, escrever é apenas um dos dons dessa grande mulher!
A autora conta para os leitores brevemente a história de vida de suas antepassadas, romantizando diálogos com base nas informações adquiridas através de sua tia e familiares.
Cada uma das quatro mulheres retratadas nessa obra, reservam em média 100 páginas para suas memórias.
Começamos com Annita Delgado, quem nunca ouviu falar da grande bailaora malaguenha? Casou-se aos 17 anos com um Marajá. Nessa parte da trama a autora mostra a infinita riqueza que esse homens indianos possuem. Palácios inimagináveis. É romantizado todos os diálogos do dois, e a breve biografia muito bem pesquisada. Existem cenas afetivas e descritivas dos costumes regionais e temporais. Fala brevemente sobre o Islamismo, e a bigamia. Repleto de felicidades e tristezas a autora fecha a trama de Annita mostrando os rumos que o filho de ambos, Ajit toma já na Espanha.
Seguindo para o outro lado da família, conhecemos Laila. Libanesa e muito a frente da sua época, Laila tem a história mais triste de todas, na minha opinião.
Apaixonada por um amigo, Aatish, foi obrigada a se casar com Kamal pelos pais. Nessa passagem da trama vemos e compreendemos com tristeza a tradição das famílias libanesas que negociam o casamento dos filhos com base nos negócios.
Ambos apaixonados, vivem um romance secreto e proibido onde geram Zahra, que nunca chegou a saber sua verdadeira origem. Laila tem o final de seu romance mais triste do livro. A história de amor dela é tocante e capaz de entristecer qualquer um.
Chegando na mãe da autora, Zahra, nascida na Índia, teve uma história muito sofrida também. Tendo Aisha e Hafsah (filhas da mãe com o marido arranjado, Kamal). Hafsan é a tia que a autora cita muito em entrevistas, pois tem uma grande ligação com ela. A tia, casada por conveniência, conseguiu viver uma vida feliz e se apaixonar pelo marido, coisa muito rara. Em uma viagem com a mesma para a Europa, Zahra conhece Ajit (filho de Annita) e se apaixona por ele. Ajit por outro lado, é bissexual, e apesar de gostar da amante, não pretende reencontra-la, deixando-a partir para casa dos pais, sem saber de sua gravidez.
Com todo o escândalo que a filha poderia acometer sobre a família, seus pais encomendam com casamento com vantagens. Assim Anwar Akhtar assume a gravidez e registra Maha como sua filha. Zaha teve a vida mais infeliz que já tive conhecimento.
Chegando finalmente a autora, vamos ver como foi a convivência nessa família rígida, com uma mãe que encontrou alívio nas drogas para o sofrimento conjugal.
Maha sofreu muito, foi rejeitada pelo pai de criação, deixada quando criança em uma escola interna, depois enviada aos cuidados da tia na Europa. Perdeu relação com a mãe e passou a vida acreditando que a mesma sempre a negligenciara e preferira as irmãs.
Uma mulher forte, correu atrás de inúmeros sonhos, realizando todos! Aprendeu Kathak (uma dança clássica indiana) quando criança, foi assistente da banda The Cure (que sonho!), trabalhou para o canal de notícias americano, CBS News por 15 anos. Descobriu a paixão pelo Flamenco, encontrou o amor e por fim, descobriu toda a sua origem para coloca-la nesse livro, mostrando ao leitor que além de tudo, ainda escreve com a mesma paixão que vive sua vida. Intenso.
Porque ler esse livro?
Se você não curte muito biografia (eu também acreditava que não) ainda assim você pode se apaixonar por esse. A trama não é crua e narrada como por um jornalista, ela é romantizada, existe diálogos e emoções. É como adentrar cada família, conhecer cada costume e aprender muitas coisas novas, inclusive algumas palavras em híndi.
Poder descobrir um pouco mais sobre o feminismo ao longo do último século, ver a luta e o sofrimento dessas mulheres, onde a cultura da submissão é muito mais forte que essa em que vivemos e melhor conhecemos.
Finalizando com algumas fotografias dessas mulheres, o livro é completo, uma obra te faz acreditar em sonhos possíveis!
"Nem todas as mães tem a coragem de deixar seus filhos para protegê-los e evitar que sofram. Você fez isso por mim."
Curiosidades
Namaste: (do sânscrito) na Índia, comprimento em linguagem coloquial. Literalmente significa "me inclino diante de ti" e corresponde ao gesto de unir as palmas das mãos com os dedos para cima, na altura do peito.
Aare baba: (do hindi) expressão em linguagem coloquial que, segundo a entonação, pode significar: Meu Deus do céu!; Como você sabe.; Sim, e o que mais?; Mas o que você está dizendo?
Quando Mahatma Gandhi, um jovem advogado indiano educado em Oxford, voltou para a Índia em 1916, colocou em marcha a campanha "Abandone a Índia". Os movimentos nacionalistas que tinham começado a criar raízes encontraram um líder em Gandhi, cujas ideias se baseavam na desobediência civil por meio da não violência.
Maharani significa GRANDE RAINHA!
Eu amei a capa e a sua resenha. O mais interessante é que esta história é real! Já adicionei o livro á minhas futuras leituras...
ResponderExcluirAbraços!
Eu já conhecia esse livro, mas essa é a primeira resenha que leio sobte ele. Eu também não curto muito biografias, mas esse parece ser bem interessante. Sua resenha está, como sempre, maravilhosa. Acho que irei ler no próximo mês, será a minha solicitação.
ResponderExcluirBeijos, Fer
Não conhecia esse livro, principalmente pelo fato de eu não me interessar por biografias; mas gostei de você ter dado enfase à escrita romantizada, o que dá um novo rosto ao estilo. Acho incríveis livros que falam sobre as mulheres e suas lutas; gostaria de ser capaz de deixar meu preconceito literário de lado e dar uma chance à este livro.
ResponderExcluirBjos.
Pela resenha, parece um livro baseado em fatos reais onde podemos aprender inúmeras coisas. O fato de termos a descrição da vida de três mulheres de diferentes gerações, em uma cultura diferente da nossa, nos dá a oportunidade de imergirmos em um universo novo da cultura oriental e dos costumes lá praticado!
ResponderExcluirAchei bacana, assim como você escreveu, o fato de retratarem profundamente suas vidas a fim de que cada leitor consiga desenvolver o entendimento correto. É bom tocar em assuntos como esse para compreender que esse tipo de "submissão" não vale a pena, ainda que seja cultural...
Depois de ter lido a resenha, tenho certeza que a obra de Maha Akhtar tem muito a nos oferecer! Grande abraço! Filipe Penasso - Pena Pensante
Olá, Andrea, tudo bom?
ResponderExcluirOlha, eu não curto biografias. Meu interesse em sabe da vida alheia, por mais interessante que ela seja, é nulo. Mas curiosamente, muito provavelmente por causa da sua incrível resenha, me vi interessada nesse livro. Já fiquei aqui morrendo de pena de Zahra, como pode uma pessoa ter uma sina tão infeliz?
Maha tinha tudo para ser uma pessoa amargurada, mas soube aproveitar o que a vida deu de bom pra ela.
essa capa??? :o :o
Lindíssima! E adorei a sua foto no inicio da resenha, bem criativa.
Beijos
Uau Andrea, a sua resenha me deixou bem curiosa e adorei as fotos que você postou, muito original a primeira. Não sabia o significado da palavra Namastê, imaginava que era algo do tipo "oi". Amei suas considerações e anotei a dica para poder ler em breve.
ResponderExcluirMEU AMOR PELOS LIVROS
Beijos
Olá
ResponderExcluirPior que não consigo me interessar por livros de biografia, esse parece ser bem diferente e tudo mais, mas já tentei ler e não flui de jeito nenhum, mas só lendo sua resenha já fiquei com dó da Zahra deve ser bem difícil viver assim. Mesmo não curtindo se tivesse oportunidade leria. Tenho adorado as fotos que você tem postado são lindasssss.
Everton equipe Rillismo
Oi Andréa, tudo bem?
ResponderExcluirAcredito não ter lido nenhuma biografia até o momento, então não posso afirmar se gosto ou não desse tipo de gênero literário. No entanto, tenho uma leve curiosidade para conhecer e acredito que esse livro possa ser um ótimo começo, já que além de conhecermos as dificuldades que a autora enfrentou e as perspectivas de outras mulheres, também irá nos acrescentar em conhecimento por causa da cultura indiana.
Que bom saber que o livro mudou sua perspectiva que você tinha sobre biografias e que ele te surpreendeu, espero que aconteça o mesmo comigo também.
Beijos! ♥
Olá!
ResponderExcluirAs únicas biografias que li até hoje foram apenas de pessoas que eu gosto, único motivo de verdade para lê-las, porque não gosto muito mesmo do gênero. Mas eu achei esta muito interessante porque nos apresenta uma cultura totalmente diferente da nossa e nos faz ver sob essa perspectiva. Gostei muito da sua dica.
Beijos.
Olá Andréa,
ResponderExcluirNão curto muito biografias, mas tento ler as vezes, pois acho legal conhecer histórias de vidas.
Curti bastante a premissa desse livro, ainda mais, por saber que é romantizado. Muitas vezes, sentimos cansaço ao ler biografias, por serem apenas relatos jornalísticos. Outro ponto que me agradou foi saber que podemos conhecer um pouco do feminismo na época.
Anotei a dica!
Beijos ♥
Um Oceano de Histórias
Oiee ^^
ResponderExcluirGente, parece mesmo ser um livro nota 10! Eu também achava que não curtia biografias até ler "Para poder viver", da Yeonmi Park, que é, na verdade, uma autobiografia. Gostei dos pontos que você mencionou e destacou do livro, imagino que deva ser um pouco difícil acompanhar as três gerações de mulheres numa cultura submissa como essa. Parece ser um livro maravilhoso, já quero ♥
MilkMilks ♥
http://shakedepalavras.blogspot.com.br
Não conhecia o livro, mas adorei conhecê-lo um pouco.
ResponderExcluirE confesso que quando você disse que era uma biografia, eu nem ia querer, mas como você disse que é uma biografia diferente, romantizada e emocionante, resolvi dar uma chance à ele.
E claro, ao ver no final a nota 10, me fez ficar mais curiosa pra conhecer a história dessas mulheres!
O legal é que a ambientação é em um lugar que não costumo ler, na Índia, então vai ser legal ter um "ar" diferente!
Obrigada pela dica!
Virando Amor
Oi Andrea
ResponderExcluirMuito bom ver a resenha de um livro totalmente nota 10.
Gosto de leituras biográficas e narrativas cruas e com certeza esse livro me atraiu. Interessante ver essas gerações de mulheres e suas vivências. Confesso que a primeira vista, talvez não me interessasse tanto, mas depois de ler uma resenha tão empolgada, fiquei com vontade.
Ótima dica.
Beijinhos
Rizia - Livroterapias
Uau! Estou surpresa por ter ficado tão envolvida com uma resenha de um livro de biografia. Eu não gosto desse tipo de leitura e fiquei curiosa pra ler. Achoque o fato de estar relacionada com a cultura indiano, contribuiu muito. E essa capa maravilhosa? Ah!Preciso elogiar sua foto criativa com o livro. Ficou demais!
ResponderExcluirBeijos!
www.citacaonumclick.com.br
Olá, sabe que eu já tinha ouvido falar desse livro e desde então já estava bem curiosa, mas ver o seu ponto de vista me animou mais. O livro parece ter um conteúdo de ótimo proveito e gostei muito da trama, eu também não sou muito chegada em biografias, mas mesmo assim daria uma chance a esse livro!
ResponderExcluirBeijos
Amei muito a capa e, gente, amei muito sua foto lá em cima com o livro haha está sensacional!
ResponderExcluirEu também não sou muito fã de biografias, mas vivo rezando pra alguma delas mudar minha opinião! Quem sabe esse livro não faz o trabalho? :)
Gosto muito de temáticas feministas ou até problemas que mostram a luta feminina em sociedades como esta. É muito triste lidar com culturas de submissão e essa parece ser uma história bem forte e marcante.
Parabéns pela resenha! :)
Beijos!
www.beyondbluedoors.com