Sinopse: Os gatos – pensa a autora deste livro – têm muito a nos ensinar, mas para isso é necessário que estejamos atentos e dispostos a aprender. São carinhosos, mas jamais submissos, e por isso nos ensinam a pactuar nossa convivência a cada dia; são crédulos, mas só quando sabemos conquistá-los aos poucos, exercitando a virtude da paciência; são domésticos e independentes, como feras aclimatadas ao nosso habitat. Achamos que são indefesos, mas, na realidade, são muito mais preparados para sobreviver do que a gente. Sob sua pele sedosa se ocultam garras de fera e um corpo atlético invejável. E, quando os vemos brincar, exibindo sua magnífica forma física, ou dormir placidamente em nossa poltrona favorita (sim, essa poltrona onde os gatos nunca nos deixam se sentar) invejamos também sua capacidade de viver intensamente esse instante; sem se atormentar, como nós fazemos, com um passado que não existe mais e um futuro que talvez não chegue.
Título: O que aprendemos com os gatos
Autor: Paloma Díaz-Mas
Editora: Planeta
Ano: 2014
Pág: 143
Melhor preço: R$16,90
Classificação: 9,5 (Excelente!)
"Dessa maneira, sem quase incomodar, passivamente, os gatos vão nos recordando a mais elementar regra de cortesia: pensar em pequenas coisas que podem tornar a vida mais fácil."
Ola pessoal!
O livro da resenha de hoje foi uma grata surpresa. Quando a editora ofereceu esse livro e a Andrea perguntou qual resenhista queria, logo me
adiantei, desesperada haha. Me pareceu bem interessante, pois nunca li um livro nesse tema e o fato de
eu ter um gatinho muito lindo, despertou minha curiosidade. Eu queria
entender esse mundo felino. Achei que seria algo como um manual de como lidar com eles, qual a
melhor maneira de conviver... haha. Mas na verdade ele é a história de Tris-Trás, os gatos da
autora. Ela narra a falta que Trás, sua gata, faz e o
vazio que resta após sua morte. Durante o livro vamos percebendo o companheirismo entre dono e gata, bem como a felina tornava a casa tão especial. Também conta de maneira muito astuciosa
manias e peripécias que somente os gatos aprontam e o que aquele gesto
significa para eles. É como estar na mente de um gato! Um exemplo:
"aqueles pedacinhos de linha" com que o seu gato costuma brincar... no mundo
dele aquilo equivale ir a Disneylândia haha. Mas, para nós, as vezes
passa despercebido o que agrada ou não seu animalzinho.
Outro exemplo de
coisas que aprendemos com os gatos que a autora nos dá é como se
deve ganhar a confiança do animal. Não pense que é só chegar e colocar a
comida e pronto! Gato precisa de carinho... e muito. Mas, também nada
excessivo, se não ele enjoa rs. Ainda que não pareça ele é independente o
suficiente e acredite, nós é que acabamos sendo domesticados por eles,
como a própria autora diz. Aqui também há comparações com os seres humanos, quando o gato adota maneiras muito mais descomplicadas paras solucionar coisa, enquanto nós, estaríamos "um passo atrás deles", digamos assim rs.
"Os primeiros sintomas da razão se manifestam quando o ser humano começa a adotar posturas estranhas. De repente, quase de um dia para o outro, ele desiste de usar as patas dianteiras como base de apoio e se esforça para mantê-las erguidas, apoiando-se nas patas traseiras."
Naturalmente glamouroso, o gato é mais inteligente do que se possa
imaginar. Sua presença preenche qualquer lugar com alegria e encanto,
como também nos proporcionam muitas gargalhadas em suas aventuras pela
casa, seja brincando, miando de um jeito esquisito, dando pulos de susto
toda vez que escutam algum barulho muito alto... enfim... realmente
temos muitas lições para tirarmos com a convivência com os gatos. E
aproveitando que estamos falando disso... queria apresentar meu
filhinho! Esse da foto, é o Loki.
Loki chegou com pouco mais de um mês de vida na casa da minha vizinha.
Ele vivia preso e arredio. Tinha medo deles pois era por vezes
castigado. Até que ele começou a me seguir todas as vezes que ficava
solto. Eu fazia carinho nele e ele se esfregava na minha perna, não me
dava nem tempo de acariciá-lo. Era meio desesperado e carente rs. Subia
na minha escada e ficava na porta, mesmo sabendo que não podia entrar. Meu
marido logo implicou e disse que não o queria nem ali na porta. Daí a
vizinha me disse que ele passava mais tempo atrás de mim do que na casa
dela, e decidiu que não daria mais comida a ele pra ver se ele ia embora.
Aquilo cortou meu coração. Ele ficou um dia inteiro com fome. E eu nem
podia ficar com ele se não quisesse arrumar briga em casa.
"Por fim, os gatos acabam tentando falar nosso idioma. Usam para se comunicar conosco, para pedir ou exigir, uns miados que, se prestarmos bem atenção, veremos que não usam jamais para se comunicar entre eles. Mas sabem imitar de maneira inquietante o choro de uma criança, e por isso os miados dos gatos, quando são insistentes, nos causam um extremo desassossego, sobretudo às mulheres: nosso instinto maternal, de proteger as crias, é ativado diante do lamento de um gatinho insistente e tirânico, que achamos, erroneamente, desvalido, convencidos de que os animais dependem da gente."
Mas, num período de dois dias, expliquei
pra meu marido, insisti, insisti, e venci pelo cansaço rs. Por fim ele aceitou, com a condição
que ele não entrasse na casa. Finalmente ele era meu gatinho, agora. Desde o dia em que perdi o Spinel Sun (meu primeiro gatinho) há muitos anos, nunca mais tive vontade de ter outro, mas o Loki não me deu escolhas, pois me escolheu. Desde esse dia
ele é meu bebezinho que vai completar um aninho dia 19 de janeiro (data
simbólica que eu criei para comemorarmos).
É bem sapeca, carinhoso, e
dócil. E como nesse livro ensina, a maestria que os gatos tem de nos
domesticar, Loki nos domesticou e também conquistou meu marido aos
poucos. Hoje ele até dorme na nossa cama! Hahaha.
O que posso dizer para você que tem um gato ou quer ter, ou ainda que não tenha... esse livro é de uma sutileza e aprendizado ímpar sobre
nosso amiguinho de quatro patas. De uma forma encantadora, a autora nos
leva a conhecer e se deslumbrar com essa criatura que pareceu nascer
para conquistar o mundo.
Beijos da Sa!
Oinn, eu queria tanto ter um gatinho em casa, mas com três cadelas (duas sendo da raça São Bernardo), fica meio difícil, elas não são muito chegadas em gatos, mas eu e minhas filhas queriamos muuuito...Já li alguns livros sobre estes bichinhos e gostei de todos, não conhecia este ainda.
ResponderExcluirBeijo, Van - Retrô Books
http://balaiodelivros.blogspot.com.br/