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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

✓ Resenha: Eu, Você e A Garota Que Vai Morrer - Jesse Andrews

Sinopse:Livro que deu origem ao filme vencedor do Festival Sundance 2015, nas categorias Público e Crítica, com estreia marcada para 12 de junho nos EUA. Na trama, Greg tem apenas um amigo, Earl, com quem passa o tempo livre jogando videogame e (re)criando versões bastante pessoais de clássicos do cinema, até a sua mãe decidir que ele deve se aproximar de Raquel, colega de turma que sofre de leucemia. Contrariando todas as expectativas, os três se tornam amigos e vivem experiências ao mesmo tempo tocantes e hilárias, narradas com incrível talento e sensibilidade. 
Título: Eu, Você e A Garota Que Vai Morrer
Autor: Jesse Andrews
Editora: Fábrica 231
Pág. 288
Melhor Preço: R$ 14,90
Classificação: 9,0 (Ótimo)





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Eu, Você e A Garota Que Vai Morrer é uma mistura de acontecimentos improváveis e um narrador-personagem que consegue ser esnobe e sem autoestima simultaneamente. Greg Gaines tem 17 anos e é um garoto gordinho e fora dos padrões de beleza. No último ano do ensino médio, tudo o que ele quer é viver em paz com todos os grupos da escola, como fizera anteriormente. E em um futuro não muito distante, finalmente sair da escola Benson. 

Com seu melhor amigo, Earl, compartilha sua paixão por cinema e ocasionalmente gravam remakes de filmes que gostam. O problema é que estes filmes são completamente sem noção e mal produzidos, aliás, como quase tudo que eles fazem e falam. Earl é um garoto tão incomum quanto Greg. Um “baixinho negro carrancudo” seria sua melhor descrição, mas em alguns momentos de diálogo ele diz frases que levam o leitor a refletir. 

Os momentos em que as famílias dos garotos aparecem são geralmente lotados de críticas de costumes e frases desconexas e estereotipadas. Mas ainda há Rachel, A Garota Que Vai Morrer. A leucemia da garota alertou a mãe de Greg, que praticamente o obriga a tornar-se amigo novamente da ex-namorada. A situação parece comum, mas a forma como o protagonista lida com essa notícia e como resolve ajudar a garota, é o que traz a surpresa e anormalidade.

“Então há uma chance de pensarem: ‘Sensacional! Vai ser uma história sábia e perspicaz sobre amar, morrer e crescer. Provavelmente vai me fazer chorar literalmente o tempo todo. Já estou muito empolgado! ’ Se essa é uma representação fiel dos seus pensamentos, talvez vocês devessem jogar este livro na lixeira e, então sair correndo.”

Enquanto visita Rachel diariamente, Greg segue com suas atividades normalmente. Entretanto, a condição grave da amiga começa a perturbá-lo, e isso fica explícito. Não é uma preocupação amorosa ou altruísta, mas extremamente egoísta. Aliás, ele é um personagem pessimista, frio e sarcástico. Mesmo dando seu melhor ao tentar ser engraçado com Rachel em seus encontros, é como se fosse apenas um escape, como se ele mesmo quisesse correr e ficar distante das limitações dela. 

“A razão disso era que animar a Rachel era uma das coisa na qual me tornara bom, e quando você é bom em alguma coisa, quer fazer isso sempre porque faz você se sentir bem. Então se eu queria ficar com a Rachel era por razões egoístas. ”

Apesar de o título indicar que a relação dos três adolescentes vai ser o ponto principal do livro, não é exatamente assim. Com um relato diferente e repleto de piadinhas em uma vibe bem humorada, vários personagens aparecem rapidamente trazendo algum caso a ser narrado de uma forma engraçada. Definitivamente, o estilo Greg de encarar a vida é completamente inusitado, e mesmo com algumas anedotas cheias de palavrões apelativos, a jocosidade pode tornar-se irritante e sem graça entre vários momentos. 

“Tá, voltei.
Apesar disso, vamos criar um novo capítulo porque esse já está f**ido de um jeito ou de outro, e eu tenho medo do que vai acontecer se eu continuar com ele.”.

Mesmo com algumas ressalvas, o livro tem várias particularidades como a narrativa maliciosa e desdenhosa, os personagens instantâneos, os casos estranhos da infância de Greg, a imaturidade notável dos protagonistas, as listas incríveis sobre tudo, além das brilhantes referências cinematográficas. 

Afora os elementos que gostei já citados, não posso esquecer-me do diferencial que mais me agradou: o formato de roteiro. Em algumas passagens, Greg interrompe o estilo linear de narração e segue o estilo roteiro, que inclusive, é bem diagramado. 

Apesar de muitos pontos positivos e negativos, sorri muito e chorei pouco e desejei ter amigos tão insanos quando o Greg ou Earl. Não é um livro sobre câncer que vai mudar sua forma de pensar, e fazê-lo refletir. É um entretenimento que vai ajudar a retirar o estereotipo que assombra histórias com câncer envolvido. Pelo menos, assim eu espero.




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3 comentários:

  1. Olá Mylane, muito boa a resenha, e muito bom esse livro também!!! Adorei a ideia do quadro no final, muito criativo querida!! :)
    Beiijinhos!!

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  2. Quero muito ler esse livro. Me apaixonei por essa capa.
    Parabéns pela resenha. Está de parabéns
    Beijos
    Balaio de Babados

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  3. Olá!
    Eu quero muito ler esse livro desde que vi o trailer da adaptação. Mesmo sabendo que o filme é sempre diferente, mas eu gosto de ler primeiro para ter uma noção melhor da história e a cada resenha que eu leio, sinto mais vontade de ler. Só não li ainda por pura falta de tempo e como o meu livro é em inglês, eu acabo deixando para ler quando estiver tudo mais tranquilo e só me ferro rsrsrs adorei sua resenha!

    Beijos
    http://www.breakingfree.blog.br/

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