Sinopse:A vida de Marisa é regida pelo controle. Seja à frente do seu trabalho ou da vida dos filhos, ela é racional, mantendo-se sempre fria, um ser à parte das banalidades, cuja única preocupação é ser um exemplo. Olga é sua antítese. Sentimentos à flor da pele, dor flagelando a carne, pensamentos embaçados pelo esquecimento proporcionado pelo álcool. Sozinha, preocupa-se em apenas ser, em um mundo cercado por fatos que não reconhece mais como seus. Duas senhoras solitárias, vizinhas e antagônicas. Será que um dia alguém acharia que poderiam viver em paz? Mais ainda, será que poderiam se apaixonar? Mulheres que não sabem chorar é mais que uma história de amor entre iguais. Junto a estas personagens tão humanas, o leitor vê-se despido dos preconceitos, pudores e medos. Ora crua, ora poética, a trama nos obriga a enfrentar o espelho e se ver como nunca imaginou antes. Pois ao mergulhar neste romance, o que fará você pensar não é a forma como vê o amor, mas sim a forma com que ele se volta em sua direção. Esteja preparado. (Danilo Barbosa - Autor de Arma de Vingança.)
Título: Mulheres que não sabem chorar
Autora: Lilian Farias
Editora: Literata
Páginas: 170
Melhor preço: R$ 5,99 na Amazon (edição física esgotada)
Classificação: 8,8 - Ótimo
Então, pega lá um cafezinho, que eu te espero. E vem conhecer essa obra comigo.
Gente, passei uma semana sem aparecer por aqui, culpa da universidade que está me explorando.
Mas,
hoje eu resolvi vir aqui trazer pra vocês a resenha de um livro
nacional que eu li já tem um tempo e gostei muito. E que achei que o dia
hoje é propicio para uma resenha dele, que tem um forte papel na luta
contra a
homofobia no campo literário nacional.
Mulheres Que Não Sabem Chorar, bem que poderia se chamar, Mulheres que nos fazem chorar. O Livro nos apresenta Olga e Marisa, personagens tão fortes que parecem ter sido forjadas em em fogo e aço. Ambas, ao longo da história, já estão na meia idade e possuem uma história de vida bem complexas.
Olga é uma mulher fragilizada pela vida, entregou-se completamente a dor e permitiu-se ser violentada por ela. Mergulhou-se no vício do álcool como forma de amenizar a consciência do sofrimento e esse tornou-se seu único escudo.
“Eu bebo para esquecer; esquecer aqueles que me esqueceram, esquecer da dor de ser esquecida. Sempre tive muito medo... aos poucos, desejei esquecer.”
Já Marisa é o completo oposto, usou os problemas da vida para se enrijecer, de modo que abandonou toda e qualquer sensibilidade que um dia tenha possuído. Tornando-se uma mulher fria, amarga, bruta e temida de quem até os filhos preferiram se afastar. Na ânsia de não sofrer ela perdeu um pouco de sua humanidade, porém é firme em suas decisões e ideologias.
''A verdade é que todos nós criamos expectativas de um jeito ou de outro, criamos e isso é a nossa realidade paralela.''
Elas são vizinhas e mantém uma reação nem um pouco amigável, onde por tantas e tantas vezes Marisa assume o papel de algoz, humilhando e tripudiando de Olga publicamente. Até que uma noite, por ironia do destino, Marisa acaba salvando Olga e a levando para sua casa, surge então aí uma amizade inesperada e essa amizade acaba evoluindo para um sentimento inesperado entre as duas, o amor.
E esse amor as envolve e as fortalece ao ponto delas tentarem lutar contra as escolhas erradas que fizeram e aceitaram que os outros fizessem pra elas. Porém não é tão fácil mudar de uma hora pra outra, e quem você foi por tanto tempo, não vai sair de você num piscar de olhos.
Mulheres Que não Sabem Chorar é uma leitura tão leve quanto um soco no estômago. Não que o livro não seja fácil, ele é, e a leitura flui maravilhosamente, pois a narrativa da Lilian é bem moderna e a escrita é fluida. O que comparo a força de um soco é a temática da história, que além de muito forte, é muito real. De modo que poderia acontecer em qualquer lugar, pode estar acontecendo algo parecido próximo a nós e não nos demos conta. E não só o romance principal, como também as histórias que servem como plano de fundo.
A Pesquisa do livro foi muito bem elaborada, e é daí que vem toda a realidade da trama. A autora entrevistou várias mulheres e a partir delas construiu seus personagens. Não só as duas protagonistas, como outros personagens da história são bem estruturados, marcantes e reais, porém uma realidade que muita gente finge não ver, mas que está lá. Como o bêbado que vive desmaiado na calçada da esquina, ou aquela vizinha que sofre violência do marido.
O Livro fala sim de um amor homoafetivo, descoberto a flor da idade, traz até algumas cenas eróticas, mas sobretudo é um manifesto contra o machismo que impregna a sociedade e reflete seus danos em todos nós, independente de gênero.
''Sei que nós mulheres sofremos preconceitos, humilhações, privações e até violência. Mas caso o homem não queira perpetuar a ideologia machista, ele sofrerá igual ou mais que a mulher. Por exemplo, caso ele não se importe em não se casar aos 40, de duas uma, ou é galinha ou homossexual...''
Recomendo a leitura, sem sombra de dúvidas.
Beijos!
Oi Kris!
ResponderExcluirEu já havia lido algumas resenhas deste livro e confesso que nenhuma me deixou tão curiosa para ler qto a sua! rsrsrsrsrrs
Acho que o basileiro precisa mesmo abrir a cabecinha para esse tema tão polêmico e essencial!
Parabéns pela resenha linda vio!
Bjo bjo^^
Oi Ana Paula, eu também acho por isso tento ser uma grande incentivadora
Excluirdo estudo sobre o assunto, que bom que você gostou
Muito obrigada pelo comentário, beijoo
eu me apaixonei pela escrita de Lilian quando li Mulheres que não sabem chorar... O livro me tocou, emocionou, me deu uma sensação tão diferente... não sei explicar... mas curti muito...
ResponderExcluirbj, Kris. ^^
Não conhecia essa obra, Kris, mas adorei a descrição que você fez das personagens. A capa é linda, e a escrita da autora parece ser forte, intensa, daquelas que nos arrebatam para dentro do enredo. Já coloquei na minha lista.
ResponderExcluirVocê, como sempre, arrasando nas resenhas e nas indicações!