Sinopse: Brian teve seu futuro escrito pelo seu próprio pai. Obrigações com os negócios da família e um casamento com alguma aristocrata qualquer estavam na lista de suas tarefas. Porém, a chegada de uma bela dama muda seu destino. O jovem rapaz deseja conhecer o lado sombrio da existência, e ela lhe mostra o caminho da morte. De repente, seu mundo é tragado, e seus olhos ganham uma nova cor... Vermelho... Sangue! Conheça a trajetória demoníaca do primogênito da família Van Dom, seus amores e temores, contados em diversas versões dos fatos.
Título - A Mordida do Vampiro
Autor - Laerte Verrier
Editora - Publicação Independente
Formato - 14 X 21 cm
Número de Páginas - 215
Melhor Preço - R$ 30,00 (direto com o autor)
Observação:
Laerte Verrier é o pseudônimo do escritor Clayton da La Vie, um jovem inteligente, divertido e com um talento inegável para a escrita. Eu já tinha lido e resenhado essa obra do autor, porém, na antiga versão. Vibrei de alegria quando recebi a nova edição do livro, com cenas e personagens inéditos, situações que proporcionaram um desenrolar infinitamente mais interessante à trama. Na verdade, eu já era fascinada pelo enredo vampiresco, e minha emoção chegou em níveis ninjas de empolgação quando descobri que uma das novas personagens – Vanessa Myst Bernine – era uma homenagem a mim... Melhor ainda, a poderosa (me sentindo) é esposa do detetive que mais amo nessa trama. Conclusão, o livro é especial para mim em muitos quesitos – por sua excelente construção, pelos personagens –, mas, principalmente, por ser um título assinado (ainda que com pseudônimo) por um amigo que eu amo – pobre do Whatsapp, porque nossas conversas são longas e dignas de muitas gargalhadas.
Bem, pessoal, quero lembrá-los de que, apesar da minha amizade com o Clayton (ou Laerte), minha resenha será sincera, com suas devidas críticas e elogios. Então, vamos ao que interessa.
Você recebeu a mordida do vampiro... Veja o mundo com seus novos olhos!
Resenha:
• Gramática e Revisão: Conforme comentei acima, já conhecia a escrita do autor. Porém, devo enfatizar sua maturidade nessa nova versão da obra. Tratando-se de uma história de época, a linguagem mais rebuscada, contracenando com o coloquial “certinho”, mostrou o vasto vocabulário do autor e seu cuidado em manter a acuidade típica dos personagens aristocratas que criou. Em determinadas cenas, os diálogos seguiam para o ritmo clássico da escrita, extremamente formal – e tal artifício se fazia necessário, pois o protagonista, nesses casos, atuava ao lado de coadjuvantes da realeza e/ou da alta sociedade. – Algo que me preocupou na gramática foi o tempo verbal, que, na maioria das vezes, estava no passado e, na frase seguinte, pulava para o presente. Como o texto foi todo elaborado por meio de cartas (explicarei melhor no tópico específico), essa jogada não combinou, pois, a meu ver, ficou estranho imaginar o correspondente em questão contando (em palavras escritas ou datilografadas) o que supostamente lhe acontecia naquele instante.
Tratando-se de uma publicação independente, e estando eu ciente de que o próprio autor cuidou de cada detalhe da mesma, afirmo que seu cuidado nesse quesito é digno de aplausos. Obviamente, há alguns (pequenos) lapsos que poderiam ser sanados, como, por exemplo: o uso excessivo da conjunção “mas”, que poderia ser trocada por “porém, contudo, no entanto, entretanto, todavia, não obstante”, entre outros; ou o excesso de pronomes pessoais aliados aos possessivos, gerando repetições fonéticas um tanto irritantes (ele/dele). Ainda assim, garanto que tais idiossincrasias não afetam em nada o talento do autor, que – não duvido – chegará a ser um ícone da literatura.
Eu preferia que a morte me levasse ou que o próprio belzebu viesse e me arrancasse a alma. E ele veio... Estava na forma de uma linda dama.
• Capa e Diagramação: Nova edição, nova capa. Apesar de singela, há um enigma interessante no adorno principal da publicação. O vermelho grita, escorrendo como sangue, ganhando o negro de fundo com sutileza. E nada mais seria preciso, pois o título do livro já avisa do que se trata o enredo. A fonte é simples, dando a impressão de palavras datilografadas, adaptando-se sublimemente de forma visual à trama. O acabamento em laminado brilhoso foi o toque primoroso da finalização.
Fiquei imensamente feliz ao notar que o autor acatou minhas sugestões – citadas na resenha da primeira edição –, colocando uma separação distinta entre os capítulos, que, agora, se iniciam sempre nas páginas ímpares. O fundo negro das folhas que separam as cartas dos personagens deu um glamour único à publicação. O cabeçalho segue a mesma fonte do título exposto na capa, e o rodapé tem os números adornados com um arabesco charmoso. O espaçamento entre as linhas ficou perfeito, sem agredir a visão do leitor.
No todo, o livro é uma peça bonita, com o texto bem encaixado em seu volume. O autor ganhou o meu respeito nessa empreitada, cuidando de sua obra com uma dedicação extrema, digna de reconhecimento e de aplausos.
Booktrailer editado por Simone Pesci
Talvez a morte não seja tão ruim... Ela pode ser apenas desconhecida.
• Enredo: A primeira jogada de mestre do autor foi criar um livro sem capítulos. Calma, galera, explico... Toda a jornada de Brian Van Dom é contada por cartas escritas por ele e por todos que cruzaram seu caminho. Porém – e esse é o fator mais instigante –, as versões não se repetem. Pelo contrário, uma epístola dá continuação à outra, explanando os fatos de maneira sucinta e com a visão dos mais diversos personagens. Cada correspondência é importante, citando detalhes que parecem mínimos, sutis ou sem importância, mas que muito se engrandece ao longo do enredo.
Nessa nova versão da obra, o vampiro Brian se depara com bruxas e com uma matilha nada convencional – eis a segunda jogada de mestre. – Bem, todo enredo vampiresco que se preze tem seus percalços com lobos. No entanto, o autor foi em busca de lendas europeias bem antigas, deparando-se com o a crença urbana típica da região de Gévaudan, na França. Em uma pesquisa curiosa e nada aprofundada, descobri que tal fera realmente existiu. Era um animal que se assemelhava a uma mistura excêntrica de lobo com hiena, e seus ataques, na maioria das vezes, eram fatais. A matéria ex-posta no site Wikipédia cita o documentário do canal History, de outubro de 2009 – vale a pena conferir.
Repetindo as palavras usadas na minha resenha da primeira edição da obra, mantenho minha opinião sobre o enredo, enfatizando quão embasbacada fiquei ao me deparar com uma trama tão deleitosa. Certamente, a maioria dos títulos que abordam o tema vampiresco apresenta um flashback do passado. Dificilmente nos deparamos com um enredo totalmente vivido em outros séculos – e, não... “Entrevista com o Vampiro” tem sua carga contemporânea, moderna à época em que foi escrita (anos 80, se não me engano). – E o autor inovou nesse quesito.
Desmistificando algumas lendas e certificando outras, o texto permite que os vampiros caminhem à luz do sol, contanto que estejam cobertos dos pés à cabeça. Porém, alho lhes causa enorme repulsa, queimando-os como ferro em brasa.
Com fatos interligados, todos se encontram, se esbarram, se amam e se odeiam. Aliás, o romance surge apenas como uma brisa suave. Em contrapartida, a violência é marca registrada nesse emaranhado sanguinário dos vampiros de Laerte (Clayton). Sanguinário, sim. Contudo, elegante. A narrativa do autor é tão instigante que consegui imaginar cada cenário apresentado. Em parágrafos sucintos, ele descreveu os ambientes apenas com os detalhes importantes, deixando os pormenores de lado. E essa foi outra excelente jogada do autor, que nos livrou dos enfadonhos “enchimentos de linguiça”. Direto ao ponto, a leitura é rápida e prazerosa.
Depois de muito tempo, a felicidade batia na minha porta, e vinha em forma de garras e presas longas.
Muito bom... Mais um livro para a minha lista de desejados... Bjs
ResponderExcluirEsse livro é delicioso, Robertinha... adoro, adoro, adoro... Ah, e eu virei personagem do enredo =D
ExcluirOlá!
ResponderExcluirEu não conhecia este autor, mas fiquei muito curiosa com a história. Gosto de recriações no mundo dos vampiros(eu mesma faço várias). Sei que é difícil um autor fazer tudo independente. Eu sou estudante de Letras e mesmo assim tenho uma grande dificuldade em revisar os meus livros. Adorei a dica. Quando eu estiver procurando mais coisa sobre vampiro, vou me lembrar desse livro.
http://www.refugiorustico.com.br/
Oi, Maria. Obrigada pela sua visitinha e pelo comentário ♥
ExcluirJá estou seguindo seu blog, que, aliás, é delicioso... Vou ler as matérias com calma e deixar minha opinião por lá.
Esse livro vale a pena, ele é rápido, gostoso, intenso. Tenho certeza de que você vai adorar!
Fiquei feliz de saber que você também é escritora. Não se esqueça de me avisar assim que publicar seus textos, certamente me tornarei uma leitora ;)
Beijos!!!
Oi Vanessa!
ResponderExcluirAdorei sua resenha! Não conhecia o autor e nem o livro e fiquei curiosa! Sou fã de enredo sobrenatural e claro que quero lê-lo!
Tbm gostei da capa, apesar de simples. Deu um diferencial na obra, acho eu!
Bjo bjo^^