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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

✓ Resenha: O Beijo Traiçoeiro - Erin Beaty


Sinopse: Com sua língua afiada e seu temperamento rebelde, Sage Fowler está longe de ser considerada uma dama — e não dá a mínima para isso. Depois de ser julgada inapta para o casamento, Sage acaba se tornando aprendiz de casamenteira e logo recebe uma tarefa importante: acompanhar a comitiva de jovens damas da nobreza a caminho do Concordium, um evento na capital do reino, onde uniões entre grandes famílias são firmadas. Para formar bons pares, Sage anota em um livro tudo o que consegue descobrir sobre as garotas e seus pretendentes — inclusive os oficiais de alta patente encarregados de proteger o grupo durante essa longa jornada. Conforme a escolta militar percebe uma conspiração se formando, Sage é recrutada por um belo soldado para conseguir informações. Quanto mais descobre em sua espionagem, mais ela se envolve numa teia de disfarces, intrigas e identidades secretas. E, com o destino do reino em jogo, a última coisa que esperava era viver um romance de tirar o fôlego.



Título: O Beijo Traiçoeiro (Skoob)
Autor: Erin Beaty
Série: Traitor's #1
Gênero: Alta Fantasia /Aventura
Editora: Seguinte
Páginas: 440
Onde comprar: Amazon / Submarino
Classificação: 10 (Excelente!)
Livro cedido pela editora. 




Quero começar a resenha dizendo que O Beijo Traiçoeiro é a minha primeira paixonite literária do ano. No início da leitura eu pensei que formularia essa resenha de um jeito e agora estou aqui escrevendo e pensando: "Não posso dizer isso, é spoiler!"

Resumidamente O Beijo Traiçoeiro se passa em um mundo fantástico criado pela autora para o desenvolvimento da série. Nesse mundo as relações políticas são criadas através dos votos matrimoniais, como foi no nosso mundo século atrás, só que lá, para que esses casamentos aconteçam existe a intervenção de casamenteiras. As casamenteiras são uma espécie de "Guilda" de mulheres que carregam ao longo da vida a tarefa de unir as jovens noivas aos melhores partidos, analisando tudo no contexto dessa união, e ficam famosas por isso.
Lá os casamentos que são firmados fora da indicação de uma casamenteira são mal vistos e considerados escandalosos, em outras palavras só quem casa por amor é a plebe. 
É de um desses raros relacionamentos de amor, que a nossa protagonista - Sage - é fruto. É por isso que de certa forma ela abomina o trabalho das casamenteiras. Porém havendo perdido os pais ainda na infância, Sage foi morar com a família da irmã de sua mãe e lá devido ao seu prazer por estudar e transmitir conhecimento, tornou-se tutora dos seus primos. Quando ela chega à idade de dezesseis anos, onde na sociedade em que ela vive é quando uma moça pode casar, é encaminhada pelo tio à famosa casamenteira da região, Madame Rodelle, que apesar da moça ser filha de párias, aceita entrevista-la. Porém o gênio forte de Sage, mostra que ela não é o tipo de moça submissa que a maioria dos noivos esperam e a entrevista não ocorre como o esperado, mas após esses acontecimentos ela acaba se tornando ajudante de Madame Rodelle e à ajuda-la a selecionar as noivas que ela levará para o Concordium.

O Concordium é um evento para firmar casamentos que acontece a cada cinco anos na capital, que equivale a temporada matrimonial dos romances de época. Durante a viagem para o evento a tarefa de Sage é infiltrar-se entre as noivas, passando-se por uma delas e juntar o maior número de informações ao longo do caminho que possam ser usadas para a atividade de Madame Rodelle. A começar pelos jovens oficiais que foram encarregados de escota-las até a capital.
O que Sage não sabe é que o reino está sob uma forte ameaça e que esses oficiais também esperam tirar delas o máximo de informações que puderem.

Para começar as minhas observações sobre a obra devo dizer que a dei cinco estrelas, porque ela realmente me surpreendeu (Que plot twist do caramba ♥). O pior é que depois eu percebi que a autora deu várias pistas ao longo da narrativa, mas eu estava tão imersa em todos os detalhes da história que acabei deixando passar. A narrativa do livro fluiu pra mim com tanta naturalidade que foi como se a autora fizesse comigo o que um mágico faz com a platéia.
Tiro meu chapéu - Ganhou uma fã.

Eu me apaixonei perdidamente pelos personagens do livro. A Sage é um encanto, forte, determinada e idealista, dona de várias e imensas críticas ao machismo na obra, super empoderada e é a mocinha capaz de matar qualquer machista do coração. O Rato também é encantador! Queria ele pra mim, rsrsrs. Ele é atencioso, carinhoso e cheio de atitude. Um cara que apesar de ser protetor, não tenta prender a mocinha. Ele é um personagem ideológico, talhado no melhor estilo "O Patriota". Não consigo resumi-lo de outra forma.
E o relacionamento que surge entre eles é muito gostoso de acompanhar, já que ele cresce gradualmente ao longo da trama e é cheio de cumplicidade, doçura e ao mesmo tempo pega fogo, pois ambos os personagens tem um temperamento muito forte.

Os personagens secundários da obra também são maravilhosos, um dos que mais me atraiu foi a ardilosa Madame Rodelle que em sua cena inicial me remeteu muito a icônica cena de Mulan. Mas principalmente porque o seu desenvolvimento na história mostrou que ela vai além do que imaginamos inicialmente, ela pensa sempre no bem estar das garotas, buscando escolher para elas o parceiro mais gentil e em alguns casos ela trabalha até mesmo para livrar essas garotas de famílias abusivas. Ainda que pra fazer isso dar certo ela precise manipular algumas pessoas pelo caminho.
Outro personagem que eu amei foi o Charlie, que é o irmão mais novo do Capitão Quiin, tem nove anos de idade e está na primeira patente do exército que é a de pagem. Algo comum na família de nobres e militares da trama. É impossível não se apaixonar pela doçura e sagacidade desse garotinho.

Então, eu amei completamente a leitura, o livro apresenta uma trama complexa e bem intrínseca. Fica claro a inteligência da autora que escreveu e amarrou essa história com maestria. Um ponto bem notável é o conhecimento dela de estratégias militares, conhecimento esse que ela compartilhou com os personagens e nos garantiu ótimas surpresas ao longo da leitura.
Eu recomendo a obra com toda certeza, acho que ela inclusive vai conquistar quem curte romances de época e quem curte alta fantasia. Acredito que os fãs das Crônicas e Amor e Ódio irão curtir bastante a leitura de O Beijo Traiçoeiro.

Fazendo um adendo a algo que foi divulgado durante o lançamento do livro, a obra não tem quase nada que remeta a Jane Austin, como foi dito. Salvo Sage ser uma eximia leitora e super a frente do seu tempo, além da história ter sido desenvolvida num mundo que se assemelha ao século XIX, não vi outras semelhanças. Acho inclusive que esse paradoxo, acabou fazendo que o livro caísse nas mãos do público errado. E a capa nacional, que está linda, acaba corroborando com isso. Acredito que rolou um errinho de marketing na divulgação do livro. 
O Beijo Traiçoeiro é obra High Fantasy, como fica bem mais claro na capa estrangeira, que inclusive traz no seu contexto elementos que fazem jus a trama, não sei porque não lançaram a obra aqui com a capa original.

Fonte da imagem: ErinBeaty.com


Enfim, espero que vocês tenham gostado da minha resenha, se tiverem oportunidade leiam o livro, espero que vocês se apaixonem por essa história, assim como eu.
Beijos.


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