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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

✓ Resenha: De Mal a Pior - Simon James Green






Sinopse: Pobre Noah Grimes! Seu pai desapareceu há anos, o tributo de homenagem à Beyoncé de sua mãe é um embaraço inaceitável e sua amada avó já não é ela mesma. Ele só tem um amigo, o Harry, e a escola é... bem, é um INFERNO. Por que Noah não pode ser normal, como todos os outros na escola? Talvez, se ele conseguisse namorar com alguém - a perfeita e encantadora Sophie -, ele seria um garoto mais "aceitável"? Mas os planos de Noah desmoronam quando Harry o beija em uma festa. É aí que as coisas vão de ruim a um absoluto caos. Se você acha que sua vida é difícil, definitivamente você deveria conhecer o dia a dia do Noah, mas não esqueça de cerca-se de amuletos para espantar a má sorte.


Título: De Mal a Pior (Skoob)
Gênero: Young Adult / LGBT
Editora: Hoo
Páginas: 352
Onde comprar: Amazon / Submarino
Classificação: 10 (Excelente!)
Livro cedido pela editora.




Noah tem quinze anos, está no ensino médio e é um completo geek: baixinho, magrelo e inteligente. Na escola é alvo de piadas e está sempre em alguma situação embaraçosa com os garotos populares. Para piorar, seus colegas de classe descobrem que sua mãe trabalha em boates fazendo uma performance da Beyoncé.

Harry é seu único e melhor amigo, até a inusitada aproximação da linda Sophie, sua colega de sala.

Quando Sophie os convida para uma festa, Harry acaba beijando Noah, deixando-o com inúmeras dúvidas sobre tudo e sem saber como agir com o amigo, além do enorme medo de que a história se espalhasse em sua escola.

“Se você não se importar, ninguém mais se importará; dê importância a algo e isso chamará imediatamente a atenção de todos.” (p. 137)

Eles moram em Little Fobbing, na Inglaterra, uma cidade minúscula onde todos se conhecem e cada boato se espalha de forma absurdamente rápida, o que não ajuda em nada a reputação de Noah.

Noah é um personagem único: tão inocente a ponto de ser cômico, um tanto ansioso, pensa demais no que já ocorreu e também no futuro, além de gostar de coisas um tanto estranhas como palíndromos.

A obra narra a descoberta da sua sexualidade e todas as dúvidas que surgem após o melhor amigo roubar seu primeiro beijo. Ele era gay? O que os outros diriam sobre disso? Ele poderia não ser gay, afinal, queria beijar Sophie, mas, por outro lado, também gostava muito de Harry.

“A verdade é que ele não sabia ao certo se tinha gostado do beijo e não tinha certeza de nada. Se Harry o tivesse deixado em paz na noite passada, talvez ele tivesse beijado Sophie. E, talvez, ele tivesse gostado. E então aquela conversa seria desnecessária.” (p. 107)

A narrativa é muito envolvente, as confusões em que Noah se mete são tantas que você simplesmente não consegue parar de ler. Há muitas cenas engraçadas e falas sem noção de Noah. Ele definitivamente não leva jeito com as pessoas e faz um esforço enorme para não parecer sempre deslocado.

“A vida não era um milagre realizado por um ser superior; era apenas falta de sorte.” (p. 22)

Harry já possui bem mais desenvoltura para as relações sociais, além de se importar muito com Noah e sempre querer protegê-lo. Sophie também é amável e se torna a única amiga da dupla.

Há muitas situações complicadas ao longo da trama, pois Noah precisa lidar com a mãe negligente e o pai que o deixou quando ele tinha apenas dez anos, possuindo como único apoio familiar a avó paterna, que sofre com uma doença degenerativa e já não é mais a mesma. Também enfrenta o bullying na escola e as dúvidas e medos relacionados à sexualidade.

Contudo, frente às dificuldades, Noah aprenderá valiosíssimas lições sobre si mesmo e a não se importar tanto com a opinião dos outros.

“E ele não acha que alguém diria a si mesmo em seu leito de morte: Sabe, nunca fiz o que queria, nunca fiz nada controverso, nunca usei aquela roupa fabulosa, nunca disse o que realmente achava, nunca beijei aquela pessoa, mas, pelo menos, nunca ninguém fofocou ao meu respeito ou falou mal de mim pelas costas. Posso morrer feliz.” (p. 304)

É uma trama jovem e profunda. O livro aborda temas importantes de uma forma descontraída, mas sem deixar de chamar a atenção para a necessidade de falar sobre os temas de bullying e de orientação sexual, abordando tanto as dúvidas e conflitos internos quanto a opinião das outras pessoas e o preconceito.

A capa é colorida e divertida, combinando muito bem com a obra. Confesso que me surpreendi com De Mal a Pior, esperava uma trama mais clichê, porém, foi uma leitura bem marcante, na qual me identifiquei com o nerd Noah em alguns aspectos – como não se dar muito bem em interações sociais  – e aproveitei muitos conselhos da sua avó, que, mesmo com a doença, apresentava momentos de lucidez para compartilhar sua sabedoria.



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1 comentários:

  1. Amanda!
    Bom ver que o livro traz temáticas importantes de serem discutidas como o bullyng e orientação sexual na adolescência.
    Difícil se descobrir e assumir seu lado homossexual nessa fase.
    “Celebrar o Natal é crer na força do amor, é isto que transforma o homem e o mundo. Feliz Natal!” (Desconhecido)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA dezembro 3 livros + 2 Kits papelaria, 4 ganhadores, participem!

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