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sábado, 15 de abril de 2017

✓ Resenha: Crave a Marca - Veronica Roth



Sinopse: Num planeta em guerra, numa galáxia em que quase todos os seres estão conectados por uma energia misteriosa chamada “a corrente” e cada pessoa possui um dom que lhe confere poderes e limitações, Cyra Noavek e Akos Kereseth são dois jovens de origens distintas cujos destinos se cruzam de forma decisiva. Obrigados a lidar com o ódio entre suas nações, seus preconceitos e visões de mundo, eles podem ser a salvação ou a ruína não só um do outro, mas de toda uma galáxia. Primeiro de uma série de fantasia e ficção científica, Crave a marca é aguardado novo livro da autora da série Divergente, Veronica Roth, que terá lançamento simultâneo em mais de 30 países em 17 de janeiro, e surpreenderá não só os fãs da escritora, mas também de clássicos sci-fi como Star Wars.



Título: Crave a Marca (Skoob)
Autor: Veronica Roth
Gênero: Fantasia
Editora: Rocco
Páginas: 480
Onde comprar: Amazon / Saraiva
Use nossos 10% de desconto - Cupom: LIVRO10
Classificação: 9,3 (Ótimo) - inclui parte editorial
Livro cedido em parceria com a editora. 




A trama se passa em outro universo, composto por nove planetas importantes e outros incontáveis planetas marginais, e entre eles a nação Shotet e Thuve, o planeta de gelo.

O povo Shotet são inimigos dos Thuvesitas. Ambos adoravam a corrente – que é um poder invisível que confere habilidades às pessoas – e possuíam o dom-da-corrente, habilidades únicas resultantes da corrente fluindo em seu corpo.

Tudo começa quando os irmãos Akos e Eijeh Kereseth, de uma das três famílias afortunadas de Thuve – são capturados pelo povo Shotet e levados até Ryzek Noavek – governador Shotet e pertencente à única família afortunada do planeta. O objetivo da missão era capturar a Oraculo (Thuvesita que possui o dom de ver o futuro), para aumentar ainda mais o poder de Ryzek e conseguir, desta forma, governar também outros planetas. Como se tornou impossível capturá-la, levaram Eijeh, o garoto que se tornaria o próximo a desenvolver o dom.

Cyra é a irmã de Ryzek – e também sua arma. Seu dom-da-corrente é possuir a própria corrente no corpo, representada por sombras que a envolvem e causam uma dor horrível: tanto em Cyra quanto em qualquer um que a toque. Ela é a arma mortal do governador, mesmo que contra a vontade, pois a garota não suporta seu dom e muito menos ter que servir seu cruel irmão.

“−O fato de o dom de sua filha fazer com que ela traga a dor para dentro de si e projete-a em outros sugere que algo acontece dentro dela [...] Mas uma avaliação rápida revela que, em algum nível, ela sente que merece a dor. E sente que os outros também a merecem. (p. 63)

O dom-da-corrente de Ryzek é conseguir trocar lembranças com alguém – ele dá uma lembrança sua e toma outra em troca. É desta forma que pretende roubar o dom de Eijeh.

Quando Akos é capturado, Cyra descobre que seu dom é interromper a corrente, ou seja, ao tocá-la suas dores cessam. Como servo de Cyra e prisioneiro de Ryzek, ambos fazem um acordo: ele a ensinaria a criar um potente analgésico com flores-sossego (planta típica de seu planeta) e ela o ensinaria a lutar.

Contudo, as ações de Ryzek por poder são cada vez mais insuportáveis para Cyra e, ao descobrir grupos de renegados infiltrados na capital Voa, a garota vê uma oportunidade para acabar com seu cruel reinado. Akos, por sua vez, não irá parar até salvar Eijeh e vê em Cyra uma oportunidade para isto.

Crave a marca é da mesma autora da trilogia Divergente – Veronica Roth – e talvez, por isso, não tenha sido tudo o que eu esperava.

Comecei a leitura com muitas expectativas, afinal, adoro a série Divergente, e o livro não correspondeu à todas elas. A leitura começa em um ritmo devagar, a narrativa se apresenta com muitos detalhes e de difícil compreensão. Não sei se foi apenas comigo, mas até a centésima página do livro, me senti travada. Parecia que a narrativa não fluía e, ao invés de ir clareando, a trama me parecia mais confusa.

Passando as cem primeiras páginas, contudo, a narrativa fluiu de forma muito mais natural, me envolvendo com a história de Cyra e Akos – que, para mim, é o ponto forte da trama – e me enchendo de suspense para saber o que Ryzek faria em seguida e como Cyra se livraria dele.

A premissa de Crave a marca é boa, afinal, temos vários elementos que chamam a atenção: é uma história de fantasia que se passa em outro universo, temos uma protagonista de personalidade dura, extremamente corajosa e que parece nunca sentir medo (quem não queria ser como a Cyra?), e uma trama envolvendo vários mundos e a luta por poder.

Contudo, acredito que a narração minuciosa de tudo deixa a leitura inicial difícil, pois cada planeta tem sua cultura própria e seus nomes próprios, e cansamos um pouco até nos acostumarmos com isso, apesar do cenário ser muito bem trabalhado, com riqueza de criatividade.

O enredo ocorre em torno da disputa de poder entre mundos (o que acontece em qualquer nação, digamos), mas ao meu ver o ponto forte é o contraste entre Cyra – possuidora do dom-da-corrente que a deixa com as próprias sombras no corpo, ou seja, seu menor toque em qualquer pessoa pode matar – e Akos – com o dom-da-corrente de anular a corrente, ou seja, ao tocar em Cyra suas dores e sombras sumiam. O que irá acontecer dessa relação? De início, tão opostos, mas com o decorrer das páginas vemos que, na verdade, se complementam e juntos podem abalar a liderança de Ryzek.

“[...] Mas algo que Akos falou estava tomando conta de mim: aquilo de eu não precisar ser a mesma coisa sempre.” (p. 211)

Cyra é uma personagem fascinante, pois ao mesmo tempo que serviu de arma mortal para seu irmão, também possuía um coração bom e um grande ódio por si mesma, por ser o Flagelo de Ryzec e não conseguir dar um basta nisso. Quando Akos é trazido de Thuve, contudo, a situação parece mais clara. Akos, o garoto que se tornou forte pela necessidade, dono de um bom coração e com olhos para Cyra de um jeito que ninguém jamais a viu: sua verdadeira personalidade, e não apenas o que era conveniente para o líder Shotet.

“Falavam da agonia que minhas mãos podiam causar, de um braço coberto de marcas de assassínio do pulso ao ombro duas vezes, e da minha mente, apodrecida ao ponto da insanidade. Eu era temida e odiada aos mesmo tempo.” (p. 90)

À princípio não compreendi muito bem a capa, nem o título, mas depois que vi o que significava gostei bem mais de ambos. As marcas são cravadas com lâmina na pele dos Shotet, após cada vida tirada, e agora, Akos também tem a sua pele marcada, mesmo que sua origem Thuve seja oposta à essa atitude violenta.

Crave a marca tem continuação, o que não me agradou tanto, já que eu queria descobrir logo como termina a história de Cyra e Akos – e também porque tenho receio da narrativa vir pesada novamente no próximo livro rs.

“−É difícil saber o que é certo nesta vida. Fazemos o que podemos, mas o que realmente precisamos é de compaixão.” (p. 464)

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1 comentários:

  1. O começo é um pouco cansativo, mas é compreensível. Veronica Roth precisa nos apresentar a esse universo novo que ela criou: Os planetas, a corrente, a política, as intrigas… Da metade para o fim, a história toma um ritmo dinâmico e desesperador. Como leitora, me senti tensa até terminar a leitura e saber o desfecho da história.
    O livro é muito bom, um dos melhores que já li no gênero. Os personagens estão muito bem construídos. A personalidade de todos eles foi muito bem trabalhada bem como suas forças e fraquezas. A forma como ela retratou a amizade na obra é inspiradora. Afinal, a amizade prevaleceu sobre o preconceito, sobre a política e rivalidade, mesmo que isso colocasse Cyra e Akos em perigo constante.
    Não consigo entender porque muita gente não gostou '-'

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