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sexta-feira, 7 de julho de 2017

✓ Resenha: Belas Maldições - Terry Pratchett e Neil Gaiman



Sinopse: Um descendente direto de O Guia do Mochileiro das Galáxias escrito por dois dos maiores autores britânicos de fantasia O mundo vai acabar em um sábado. No próximo sábado, e ainda por cima antes do jantar. O que é um grande problema para Crowley, o demônio mais acessível do Inferno, residente na Terra, e sua contraparte e velho amigo Aziraphale, anjo genuíno e dono de livraria em Londres. Depois de quatro mil anos vivendo entre os humanos, eles pegaram um gosto pelo mundo, e o Armagedom lhes parece um evento bastante inconveniente. Então, para evitar o fim do mundo, precisam encontrar a chave de tudo: o jovem Anticristo, agora um menino de 11 anos vivendo tranquilamente em uma cidadezinha inglesa. Em seu caminho, acabarão trombando com uma jovem ocultista, dona do único livro que prevê precisamente os acontecimentos do fim do mundo, caçadores de bruxas ainda na ativa e, quem sabe, até os Quatro Cavaleiros do Apocalipse. Mas eles precisam ser rápidos. Não é só o tempo que está acabando.

Título: Belas Maldições (Skoob)
Autor: Terry Pratchett e Neil Gaiman
Gênero: Fantasia
Editora: Bertrand Brasil
Páginas: 350
Onde comprar: Amazon / Saraiva
Classificação: 
Livro cedido em parceria com a editora. 




Belas maldições é um livro que, apesar de pertencer ao gênero fantástico, também tem muito humor, analogias e uma trama que envolve o Céu, o Inferno, um Anjo bonzinho mas que às vezes perde a paciência, um Demônio que não é de todo ruim, um Anticristo tão humano quanto um garotinho de 11 anos, um livro cheio de profecias escrito em péssima ortografia por uma bruxa, uma cidade pequena, Quatro Motoqueiros do Apocalipse e um milhão de cenas inusitadas.

“Muitos fenômenos – guerras, pragas, auditorias feitas de surpresa – já foram apresentados como provas da mão oculta de Satã nos assuntos do Homem, mas sempre que estudantes de demonologia se reúnem, a rodovia marginal M25 de Londres é geralmente considerada uma das principais candidatas a fenômeno principal.” (p. 21)

Crowley é um demônio que atua na Terra corrompendo humanos para o mal. Certo dia, os Duques do Inferno Hastur e Lizur entregam-lhe sua próxima missão, através de uma cesta. Crowley deve levar a cesta, contendo um bebê que nada mais é que o próprio Anticristo, para o convento satanista Ordem Faladeira de Santa Beryl. O bebê deveria ser trocado com o de uma mulher que estava dando a luz no convento.

Crowley está neste mundo desde o Éden, assim como o anjo Aziraphale. Os dois são inimigos há tanto tempo que acabaram se tornando amigos. Aziraphale, além de anjo, também é proprietário de um sebo, porém, ao contrário do que deveria, ele não vende os livros, mas sim usa a loja como fachada para poder colecioná-los. (Quem nunca? XD)

“Aziraphale colecionava livros. Se ele fosse inteiramente honesto consigo mesmo, teria que admitir que seu sebo era simplesmente um lugar para guardá-los. Isso não era incomum para ele. Para manter sua fachada como típico vendedor de livros usados, empregava de todos os artifícios, exceto violência física, para impedir que os clientes fizessem uma aquisição. Cheiro de umidade desagradável, olhares irritados, horas de funcionamento irregulares: ele era incrivelmente bom nisso.” (p. 49)

Ocorre uma confusão no convento durante a troca de bebês e Crowley perde o Anticristo de vista. Com a chegada da batalha final entre Céu e Inferno, nem Aziraphale nem Crowley gostam da ideia, afinal, há tanto tempo morando na Terra eles simplesmente se apegaram demais às suas vidas. Juntos, tentarão parar o Armagedom, para isso precisam encontrar o Anticristo e os Quatro Motoqueiros do Apocalipse, que já estão tomando seus lugares no confronto.

“A Grande Guerra, a Última Batalha. Céu contra Inferno, três rodadas, uma Queda, sem rendição. E pronto. Nada mais de mundo. Era isso o que o fim do mundo queria dizer, afinal. Nada mais de mundo. Só o Céu eterno ou, dependendo de quem ganhasse, o Inferno eterno. Crowley não sabia qual era pior. (p. 27)”

Entre os personagens que tomam conhecimento do Apocalipse, temos Anathema Device - descendente de Agnes Nutter, bruxa autora de um livro com previsões corretas dos próximos trezentos e quarenta e tantos anos (apesar das previsões estarem todas fora de ordem); o caçador de bruxas Newt Pulsifer; o grupo de quatro crianças travessas da cidade de Lower Tadfield, conhecidos como “Eles”: Adam, Pepper, Wensleydale e Brian.

Há muitas passagens peculiares, como o fato de Crowley se comunicar com o Inferno pelo rádio do carro; a existência da Poluição como um Cavalheiro do Apocalipse; o fato de um dos Cavalheiros – a Fome – ser um empresário que, ao mesmo tempo, escreveu e vendeu muitos exemplares de um livro de dieta sem comida e possui uma rede de junk food com muita gordura e açúcar; até mesmo um recado trazido por alienígenas. Ou seja, a história é uma confusão total, divertida e (quase nada) assustadora.

Há um trecho em que o anjo e o demônio discutem sobre o bem e o mal, dizendo que apesar de, tanto Aziraphale quanto Crowley, influenciarem as pessoas, as ações e pensamentos vêm dos próprios humanos, ressaltando que nós somos donos das nossas próprias ações. Também diz que uma criança pode tender ao bem ou ao mau de acordo com a forma que é criada. Nota-se que, apesar de muita ação e fantasia, a leitura também possui analogias com a nossa forma de viver. Outro ponto é o fato de nem o próprio anjo ou demônio serem apenas bons ou maus, mas sim possuírem um equilíbrio.

“O Inferno não era um grande reservatório de maldade, não mais do que o Céu, na opinião de Crowley, era uma fonte de bondade; eles eram apenas lados do grande jogo de xadrez cósmico. Onde se encontrava a coisa em si, a verdadeira graça e a verdadeira treva da maldade, era bem no interior da mente humana.” (p. 80)

O anjo Aziraphale foi, de longe, meu personagem preferido. Ele é divertido, sempre quer ajudar tudo e todos, mas não faz aquele tipo bobo, agindo inclusive sem a menor paciência em alguns momentos (mas depois se pergunta se não foi longe demais!). Seu relacionamento inusitado com Crowley remonta desde os primórdios do mundo, após tantas eras como inimigos, tornaram-se, diria, que até mesmo cúmplices, principalmente contra a batalha final, que não interessa a nenhum dos dois, afinal, a vida na Terra é tão boa!

“Porque ele até que gostava da humanidade. Isso era um grande defeito num demônio. (p. 40)”

A narrativa flui bem, porém em alguns momentos se torna um pouco cansativa e com muitos detalhes. A trama repleta de personagens, cenas bizarras, mesclando o tema do Armagedom com personagens engraçados e situações mirabolantes é o ponto forte da leitura, pois jamais podemos saber o que vem a seguir.

A capa tem alguns aspectos que me agradou, como a fonte utilizada para as letras e os detalhes em vermelho, mas achei um tanto simples. A revisão contou com poucos errinhos e a diagramação está ótima.

“Ao longo dos anos, Crowley achara cada vez mais difícil encontrar algo de demoníaco a fazer que se destacasse contra o pano de fundo natural da maldade generalizada. [...] Um deles havia escrito isso, não havia? “O Inferno é vazio, e todos os demônios estão aqui.” (p. 40)

PS: Minha irmã falou que a trama é a cara de quem assiste(e ama) o seriado Supernatural, mas como eu não assisti não sei fazer o comparativo, talvez vocês possam me ajudar nisso nos comentários!









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22 comentários:

  1. Posso dizer que a premissa deste livro e super interessante, traz o apocalipse, bruxas com profecias, relação demônio e anjos, e toda essa mescla, durante a leitura da resenha já me deixou bastante confusa, como mesma disse são muito detalhes, o que acaba fazendo com a leitura em alguns momentos sejam complexa. Enfim, no momento não me interessei pela leitura, por esses fatores, porém quem sabe mais para frente não mudo de ideia. Espero que quem goste do seriado Sobrenatural vai se interessar por esta leitura, pois achei bem parecido.

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  2. Oi Amanda, eu assisti Supernatural durante alguns anos e sim enquanto lia a resenha pensei na série, principalmente porque tem Crowley lá, mas acho que as personalidades deles são bem diferentes. Já li muitos elogios ao autor e tenho curiosidade de conhecer sua escrita, achei a resenha legal, a trama parece ser confusa e recheada de criticas sociais, o que me deixou curiosa. Curti a resenha ;)

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  3. Vejo falarem muito bem da escrita e das histórias de Neil Gaiman.
    Confesso que estou interessada em alguns títulos, mas não me aventurei ainda. Por não curtir muito o gênero literário.
    Mas agora, depois de ler sua resenha, fiquei bem curiosa em relação a Belas Maldições.
    Parece ser uma história muito bem construída, com personagens bem envolventes.
    Não conheço a escrita do Terry Pratchett, quem sabe a meu primeiro contato com ambos autores seja com essa obra? Espero que sim!
    Beijos
    Caroline Garcia

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  4. Amanda!
    Sua resenha foi bem ao estilo do livro: carregadas de piadinhas irônicas..., adorei!
    Fato é, não apenas pelo autor(es), mas pelo próprio enredo, porque gosto demais de livros que envolvem anjos (e demônios) e por toda confusão feita na troca do local onde ele deveria ser criado e ainda pela forma hilária com que foi escrito, mercece sim ser lido e fiquei bem curiosa, viu?
    Um maravilhoso final de semana!
    “Não saber é o que torna nossa vida possível.” (Lya Luft)
    Cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA DE JULHO 3 livros, 3 ganhadores, participem.
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  5. Oi Amanda!
    Sua resenha foi diferente das que eu já vi. Agora eu tenho uma visão diferente do livro.
    Adorei a abordagem de que as pessoas tem o bem e o mal dentro de si. Também gosto dessa temática anjos e demônios, bem Dan Brown. Peculiaridade dos personagens também achei interesse, principalmente se comunicar com o demônio pelo rádio do carro kkkk
    Sim, tem uma pegada de Supernatural rsrsr ela acertou. Os personagens na série tem contato com os anjos e eles são matadores de demônios. Tem tudo a ver mesmo.
    Abc

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  6. Oi.
    Como sou fã de enredos com anjos e demônios, quando bem construído, já fiquei interessada.
    Adoro Supernatural e lendo a resenha, foi fácil identificar alguns pontos.
    Gostaria de ler, já que ainda não tive o prazer de ler nada desses autores. Parece uma leitura envolvente e divertida!
    Ótima resenha.
    Beijos.

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  7. Eu amo fantasiaaa, e esse livro parece ser muito bom !! Parece ser super engraçado mesmo, e bem confuso tanto que ate eu me confundi algumas vezes, fiquei curiosa para saber como o Crowley perdeu o anticristo de vista hahaha, e como eles vão fazer para evitar o Armagedon, ja gostei bastante do Anjo Aziraphale,e acho que seria bem a minha cara comandar uma livraria ou biblioteca somente para colecionar livros hahaha, concordo quando no livro diz que uma criança pode tender ao bem ou ao mau de acordo com a forma que é criada e que nós somos donos dos nossos próprios pensamentos e ações. O livro parece trazer esse tipo de mensagem, e eu gostei muuito !! Gostei q eles são amigos kkkkk e que se juntam para evitar o fim do mundo. Adorei a resenha !!!

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  8. Ainda não li nada desses autores! Já li diversos comentários positivos sobre esse livro, gosto muito de livros de gênero fantástico, uma pena em alguns momentos a leitura ter se tornado cansativa, espero conseguir ler este livro em breve e gostar da história.

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  9. Eu gosto bastante do Neil Gaiman, mas não conhecia esse livro. Achei a premissa desse livro super diferente, e muito interessante. Eu nunca li nenhum livro assim com céu, inferno, anjos e apocalipse. Mas a história realmente lembra Supernatural (até mesmo o personagem crowley). Fiquei bem interessada no livro, mas acho que esse excesso de detalhes pode me incomodar um pouco...

    Beijos!

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  10. Olá, como tem Gaiman no meio, já quero. A obra me remete a um livro brasileiro, mas esqueci o nome, só sei que se trata de apocalipse. Enfim, como os dois autores são muito bem descritivos a obra pode ficar massante em alguns pontos, mas fiquei curioso. Beijos.

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  11. Oi! Apesar de não curtir filmes/séries de terror, eu amo livros desse gênero. Já assisti alguns episódios de Supernatural, e o livro realmente é perfeito pra quem gosta da série. Já to louca pra ler o livro e saber o desfecho dessa história! Livros sobre anjos e demônios são a minha paixão, e que bom que a leitura flui bem! Beijoss

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  12. Oi Amanda!

    Assim que comecei a ler sua resenha pensei em Sobrenatural!!!!
    Sua irmã está certa! Vc tem que assistir e tirar suas próprias conclusões, a série é maravilhosa! Ta, parei! kkkkkk

    Sobre o livro: Vou adicionar na minha lista de desejados e espero comprar e lê-lo em breve, gostei muito do enredo e mesmo com os pequenos pontos negativos, só por se tratar de algo meramente parecido com Sobrenatural, já me interessa e muito! hehehehehehe

    Bjo bjo^^

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  13. Já tinha visto a capa,mas essa é a primeira resenha que leio,e assim que começou a sua resenha já sabia que iria gostar. Anjos, demonios com certeza dão a leitura mais emoção.
    Pelo que voce descreveu de Aziraphale acho que tambem irei gostar dele.
    Esse entrou para o topo da minha lista de desejados.

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  14. Oi Amanda,
    Sem dúvidas a trama lembra (e muito) a série Supernatural, tanto pelos personagens quanto pela confusão de histórias. Belas maldades trás em sua trama elementos reais da cultura religiosa e unido a isto, alguns elementos fantasiosos, criando uma história única e que chama bastante atenção. Poderia ser um livro polêmico se os autores não tivessem tratado tudo de uma forma mais descontraída e, consequentemente, interessante. Para mim, seria uma ótima oportunidade de conhecer algum trabalho do Neil Gaiman e por isso fiquei bem interessada na leitura.

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  15. Olá!
    Gostei muito dos seus comentários.
    Já faz um tempo que esse livro está na minha lista de leituras. Parece ser muito engraçado e envolvente. Gosto muito do autor e pretendo ler mais livros deles, principalmente este.
    Beijos

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  16. Tenho até vergonha de falar, mas nunca li nada do autor =P
    Sempre vejo várias pessoas elogiando os livros dele, e parecem ser ótimos mesmo, mas nunca fui atrás de comprar nenhum. Esse livro é super interessante também, gostei muito da premissa dele, e ele também me lembrou um pouco Supernatural. Fiquei com muita vontade de ler ele também!
    Adorei a resenha =)
    Bjss ^^

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  17. Oi Amanda,
    Estou super animada em ler esse livro, achei o enredo muito intrigante e hilário.
    Amei a ideia do anjo de ser proprietário de um sebo para poder colecionar os livros, que ideia genial! haha
    Não há como não ficar curiosa para ler essa história cômica do suposto fim do mundo, quero saber o que esses dois personagens tão contraditórios vão aprontar, afinal não é todo dia que lemos um complô entre um demônio e um anjo para boicotar o fim do mundo haha
    Li apenas um livro do Neil Gaiman, então esta mais do que na hora de ler mais um.
    P.S.: Também não assisti o seriado Supernatural, mas está na meta ;)
    Beijos

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  18. Oi!!
    Gostei bastante da resenha e acho que nunca li nada parecido com essa estória. E que pena que o livro tem tantas informações que acaba ficando chato em algumas partes.
    Bjoss

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  19. Ja conhecia esse livro e ele tem uma visão bem diferente, além de ser um livro diferente e bem elaborado na minha opinião. A capa não é chamativa, mas lendo a sinopse não tem como não se interessar. Eu estou muito interessada em ler esse livro, creio que compro na pròxima aquisição.

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  20. Olá!
    Já tinha lido uma resenha sobre esse livro, ele tem uma premissa muito boa. A historia envolve religião e varios temas e tem uma historia bem diferente. A capa do livro e bem diferente e bonita mas e bem simples e um pouco chamativa pelos formato da letra que ultilizou. Gostei bastante do livro.

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  21. Oi!
    Quando esse livro saiu fiquei bastante curiosa para lê-lo, e pela sua resenha só me empolguei mais ainda.
    Imagino a confusão que deve ter gerado ele perder o baby anti-cristo de vista, isso deve gerar situações muito engraçadas e inusitadas mesmo.

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  22. Ah, gostei desse livro mas não é meu gênero favorito da vida então eu não compraria. Mas a premissa é bem original, bem legal até mas não faz meu tipo mesmo. Que bom que te agradou!

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