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sábado, 10 de setembro de 2016

✓ Resenha: Achados & Perdidos - Brooke Davis

Sinopse: Millie Bird é uma garotinha de apenas 7 anos que já sabe muita coisa. Ela já descobriu que todos nós um dia vamos morrer. Em seu Livro das Coisas Mortas, ela registra tudo o que não existe mais. No número 28 ela escreveu “Meu Pai". Millie descobriu também, da pior forma possível, que um dia as pessoas simplesmente vão embora, pois a mãe dela, abalada com a morte do marido, a abandona numa grande loja de departamentos. Ela só não está triste porque conheceu Karl, o Digitador, um senhor de 87 anos que costumava digitar com os próprios dedos frases românticas na pele macia de sua mulher. Mas, agora que ela se foi, ele digita as palavras no ar enquanto fala. Ele foi colocado pelo filho em uma casa de repouso, porém, em um momento de clareza e êxtase, ele escapa, tornando-se então um fugitivo. Agatha Pantha é uma senhora de 82 anos que mora na casa em frente à de Millie e que não sai mais, nem conversa com ninguém, há sete anos. Desde que o marido morreu, ela passou a viver num mundinho só dela. Agatha preenche o silêncio gritando, pela janela, com as pessoas que passam na rua, assistindo à estática na televisão e anotando em seu diário tudo o que faz. Mas, quando descobre que a mãe de Millie desapareceu, ela decide que vai ajudar a menina a encontrá-la. Então, a adorável garotinha, o velhinho aventureiro e a senhorinha rabugenta partem em uma busca repleta de confusões e ensinamentos, que vai revelar muito mais do que eles imaginam encontrar.

Título: Achados & Perdidos
Autor: Brooke Davis
Gênero: Young Adult
Editora: Record
Páginas: 252
Onde comprar: R$
Classificação:
Livro cedido em parceria com a editora. 





Achados & Perdidos é um livro diferente de todos que já li. É uma história trágica, muito triste, mas contada de forma divertida e, às vezes, até mesmo cômica. Apesar de tudo, é uma história de morte, dor, amor e principalmente superação, onde personagens inesperados se encontram por acaso e começam um sentimento que vai além do que podemos explicar. É realmente um livro para rir, chorar e pensar muito sobre a vida.

Millie Bird tem 7 anos e coleciona “coisas mortas”. Possui um livro que apelidou de “Livro das Coisas Mortas”, onde anota tudo o que viu morrer, desde uma aranha até o seu pai. Um dia sua mãe a deixa em uma loja de departamento, dizendo “volto daqui a pouquinho”. Mas as horas passam e passam e ela jamais retorna.

“A partir de agora, Millie carregará aquilo consigo para sempre, aquela imagem de sua mãe ficando cada vez menor. A imagem reaparecerá por trás de seus olhos em momentos diferentes ao longo de toda sua vida. Quando o personagem de algum filme diz Volto daqui a pouquinho. Quando, aos 40 e poucos anos, ela olha para as próprias mãos e não as reconhece como suas. Quando tem alguma pergunta boba e não consegue imaginar para quem poderia fazê-la. Quando chora. Quando ri. Quando espera alguma coisa acontecer. Sempre que olha o sol se pôr dentro da água, ela sente um ligeiro pânico e não sabe por quê. As portas automáticas dos shoppings sempre a deixarão ansiosa. Quando um garoto tocá-la de verdade pela primeira vez, ela o imaginará diminuindo no horizonte, longe, longe, muito longe do seu alcance.
Mas ela ainda não sabe de nada disso.” (p. 13)

A garotinha, por sua vez, acredita que sua mãe irá voltar, e passa dias dentro da enorme loja, brincando com os objetos e se escondendo dos funcionários. Conhece então Karl, um homem de 87 anos, um tanto excêntrico, também conhecido como Karl, O Digitador, pois “digita” com os dedos no ar tudo o que fala.

Millie sofre pela morte do pai, e Karl pela perda de sua esposa, Evie. Ele a conheceu na escola de datilografia, e digitar no ar era um hábito que ambos compartilhavam. Eles eram um casal de falar coisas, e não de fazê-las. Sempre falavam que um dia iriam ficar em uma loja depois que ela fechasse – comendo todos os chocolates e deitando nos colchões – mas de fato nunca fizeram. Após sua morte, Karl decide fazer isso todos os dias, e então passa a morar na loja de departamento.

Quando Millie é descoberta e chamam uma assistente social para levá-la, a garota foge, com a ajuda de Karl, e volta para sua casa. Contudo, a encontra vazia. Sua mãe havia partido. Sem saber o que fazer, vai até a casa de Agatha, sua vizinha nada normal.

Agatha Pantha tem 82 e também perdeu alguém: seu marido Ron. E desde então – há 7 anos – nunca mais saiu de casa. Sua residência parece abandonada, com o mato praticamente encobrindo-a. Recebe tudo o que precisa pelo correio e passa o dia todo olhando pela janela, berrando com tudo e todos. Tem um milhão de esquisitices, como procurar rugas ou “sinais de velhices” novos pelo corpo, e possuir uma rotina sistemática de horários. Apesar de relutante, acaba cedendo e ajuda Millie, pegando um ônibus com destino a Melbourne (onde a tia de Millie mora e, talvez, sua mãe possa estar).

Karl segue Millie, pois não consegue pensar na garotinha sozinha, e os três personagens embarcam juntos em busca de sua mãe. Três pessoas completamente diferentes, mas marcadas pela dor e unidas por um sentimento novo, em uma viagem emocionante e inusitada, onde Millie espalhará bilhetes dizendo “Mamãe, estou aqui”, em todos os lugares e falará para todos que eles irão morrer (um dia todos vamos, não é mesmo?)

“A única coisa que eu sei com certeza é que ninguém sabe o que acontece no fundo do mar, nem no nosso cérebro, nem quando a gente morre. E tudo bem, eu acho. Não tem problema. Dá alguma coisa pra gente pensar. Quando a gente tá dirigindo um ônibus ou sei lá o quê.” (p. 134)

A narrativa é muito boa, a autora narra cada acontecimento com suspense e de forma divertida, envolvendo o leitor daquela forma em que não queremos – de jeito nenhum! – largar o livro. Os episódios são contados pelos três personagens: Millie, Karl e Agatha, sendo os da Agatha narrados em ordem cronológico e os mais divertidos (gente, eu a amei! rs).

A temática é outro ponto forte. Uma história com começo, meio e fim (bem, o fim nunca é o fim, afinal), abordando um tema forte – abandono - e ao mesmo tempo pesado - temos três personagens obcecados pela morte! -, mas contados de forma leve – isso é possível, acreditem! – e encerrando todo este tema não muito agradável de uma forma linda e com um aprendizado de tirar o fôlego.

A capa é simples, mas eficaz, não sabemos o que vamos encontrar no livro, assim como não sabemos muito sobre Millie – que estampa a capa, apenas com seu semblante e a famosa frase “Estou aqui, mamãe”, que vamos ler umas mil vezes no livro.

Os personagens são fantásticos e apaixonantes, mesmo que alguns tenham um parafuso a menos. Talvez pela excentricidade ou pela história de vida triste, a garotinha, o idoso e a idosa encontram um nos outros o que faltava neles mesmos.

Os diálogos são verossímeis, principalmente por Millie ser uma criança. Seus pensamentos e o modo como age são muito característicos, assim como o de Karl, que deseja agir como um "Homem de Verdade" mas ainda age como um homem de 87 anos (aliás, nunca conheci alguém com essa idade que faz tudo o que ele faz! rs), e a forma como Agatha se expressa, berrando como uma louca com tudo e todos, são detalhes que tornam os personagens muito definidos e dão um caráter único ao livro, como já citei, diferente de tudo que você já leu.

Uma história para refletir sobre a dor, a perda e, principalmente, a superação. Uma lição de vida onde Millie, Karl e Agatha vão roubar um pedacinho do seu amor para eles e te deixar pensando, pensando e pensando mesmo depois de terminar a leitura...

“E, de repente, Millie tem certeza de que ela é a menor coisa que já existiu, menor até que os pedacinhos de cascalho que estão grudados em suas costas ou as formigas que estão subindo pelos seus pés, porque o mundo é grande demais, cheio de árvores, estrelas e mortes, tão grande que talvez um hífen seja exatamente o que ela é.” (p. 139)


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22 comentários:

  1. Já tinha ouvido falar no livro, mas não sabia do que se tratava, mas fiquei mega curiosa pra ler.
    Achei incrível a proposta, ainda mais por tratar sobre a dor de uma forma bem cômica, com certeza deve ser uma leitura maravilhosa.
    E eu amo quando crianças são protagonista, sempre me encanta <3

    Virando Amor

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  2. Oi Amanda!

    Eu adoro um bom drama e, pelo jeito, Achados e Perdidos está repleto dele neh? rsrsrsrrs
    Gostei muito da sua resenha, fiquei curiosa para conhecer os personagens e embarcar nessa história. Vou adicioná-lo na minha lista de desejados e espero poder lê-lo em breve!

    Bjo bjo^^

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  3. A história parece ser bonitinha.
    Mas confesso que por enquanto não leria o livro não.
    Achei a capa interessante e a sinopse me chamou a atenção, mas estou vendo comentários não muito positivos a respeito da obra e por isso vou deixar para um futuro, quem sabe rs
    Achei bacana a sua resenha e fez com que eu visse com mais clareza a situação do livro.
    Beijos,
    Caroline Garcia

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  4. Depois que eu li uma resenha negativa sobre esse livro estou com um pé atrás desde então. Mas já li algumas outras bem positivas, inclusive a sua. Eu não fazia ideia que esse livro era tão profundo assim, falando sobre coisas mortas, abandono, enfim... Acho que eu me emocionaria muito ao lê-lo, além de a capa ser bem fofinha. Gostei de ter um novo ponto de vista, é realmente ótimo quando vejo novas opiniões sobre a mesma coisa. Quero mesmo é ler esse livro.
    Um abraço!

    http://paragrafosetravessoes.blogspot.com.br/

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  5. Eu já tinha lido uma resenha desse livro, a pouquíssimo tempo atrás, e fiquei completamente sem vontade de lê-lo. E por mais que sua resenha tenha sido positiva e até tenha tirado um pouco meu medo de ler o livro, ainda assim ele não está chamando muito minha atenção.

    Abraços :)

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  6. Eu vi essa capa em vários lugares, mas é a primeira vez que vejo uma resenha dele, e olha, estou encantada! Eu realmente não esperava nada desse livro e ele é muito mais do que eu poderia imaginar. Já coloquei nos favoritos e espero poder ler em breve.


    Beijos, Gabi
    Reino da Loucura || Participe do top comentarista e concorra por um livro a sua escolha.

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  7. Oi, Amanda!!
    O que posso dizer do livro Achados & Perdidos?! Que é uma estória com uma abordagem muito diferente que já vi e que os personagens parecem muito diferentes de tudo que já li. Com certeza esse livro promete muita aventura para esses três e para nós leitores.
    Beijoss

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  8. Pela resenha parece ser um livro incrível, começando por Millie que mesmo sendo tão jovem já aceita um fato que a maioria não quer que aconteça: sua morte. Achei engraçado essa mania de Karl de digitar no ar e de Agatha de ficar na janela berrando com as pessoas. Essa jornada de ir para a casa da tia da garotinha parece ser uma aventura e tanto para os três. Certeza que quando eu ler esse livro irei chorar em todas as partes que tem o “Estou aqui, mamãe”. Ps: espero que um dia eu consiga dar uma de Karl e passar a noite numa loja comendo todos os chocolates kkkk

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  9. Oi.
    Eu achei a capa bem lindinha e a premissa até que interessante. Mas depois de ler algumas resenhas negativas sobre o livro, acabei me decepcionando. Que bom que você gostou da leitura! Acredito que cada pessoa interpreta de uma maneira e claro, depende muito do gosto literário de cada um. Mas no momento não pretendo ler. Sua resenha está ótima. Beijos.

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  10. Ainda não conhecia o livro e fiquei bem curiosa com o enredo. Confesso que esperava encontrar uma trama mais densa, cheia de dramas e mais forte, mas é interessante saber que a autora amenizou um pouco o tema do livro para torná-lo mais leve, o que deve tornar a leitura mais gostosa.
    fiquei curiosa e quero conhecer a obra.

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  11. Nossa! Esse livro deve ser muito encantador mesmo <3 Nunca li nenhum livro sobre abandono e acho que o tema é bem pesado. O fato de ser tratado de uma forma mais leve em Achados e Perdidos deve ser o que o torna mais mágico. Louca para ler :*

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  12. Poxa, essa é a segunda resenha que leio desse livro e é totalmente diferente da primeira! Quando eu li a primeira achei que o livro não seria bom, mas ao ler a sua vi que ele tem um grande ensinamento a transmitir. Vai entrar para a minha lista!

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  13. Não sei o que pensar desse livro, li uma resenha sobre ele e desanimei com a leitura :/

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  14. Amanda!
    Apesar de o livro me parecer um drama profundo, envolvendo uma menininha de 7 anos e dois anciões, deve ser hilário e deve trazer boas risadas com as situações inusitadas narradas no livro.
    “Demore na dúvida...E descubra a sabedoria que insiste em se esconder na ausência de palavras.”(Padre Fábio de Melo)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    TOP Comentarista de SETEMBRO com 3 livros + BRINDES e 3 ganhadores, participem!

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  15. Olá! Achei o livro mto bom, eh a segunda resenha que leio sobre ele, e pelo visto, é mto bacana msm, fiquei ainda mais curiosa pra ler!
    Parabéns pela excelente resenha!
    Bjs!

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  16. Olá Amanda, tudo bem? Não conhecia este livro ainda, mas achei seu tema mais do que interessante, realmente é um livro que acharia agregador de ler, pois nos trás uma perspectiva diferente das coisas, e acho isso muito válido em um livro. Já inclui ele na minha lista de desejados, apesar do lado mais forte dele, creio que seja um livro interessante. Amei sua resenha!

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  17. Que sinopse! =OOOOOO
    Gente! Cadê o link de compra?

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  18. Uauuuuu só pela sinopse já podemos ver como o livro é forte e cheio de aventuras. Sua resenha ficou ótima. Quero ler agora. A capa é linda e me chamou a atenção que a menina tenha 7 anos de idade. Gostei. Amo YA!

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  19. Se sofri lendo a resenha, imagina lendo o livro! Adorei! Adoro livros que me fazem sofrer, que me arrancam lágrimas! Lerei esse livro, com certeza!

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  20. Oi..
    Ja havia lido resenha do livro e apesar de pareces ser bem interessante a premissa nao me agradou..
    Um abraço e muito sucesso :)

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  21. A capa desse livro parece bem infantil, na minha opinião. Lendo a resenha, não gostei muito do estilo, não chamou minha atenção.

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  22. Quero ler esse livro desde o lançamento, pela sinopse mostrar uma menina que perdeu o pai e agora é abandonada pela mãe, acho que o mais interessante sera acompanhar o raciocínio infantil sobre o abandono, e pela escrita ser fluida.

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